Cultura
Yasujiro Ozu, um olhar dramático e poético da família japonesa pós-guerra

Vanderlei Tenório
No transcorrer de sua carreira, o cineasta japonês Yasujiro Ozu realizou mais de cinquenta filmes, passando por gêneros como a comédia, mas, possuindo uma clara ligação com o drama familiar, tema recorrente na filmografia de vários cineastas, como é o caso de Ingmar Bergman (1918-2007), Noah Baumbach, Xavier Dolan e Terrence Malick.
Contudo, nesse aspecto, Yasujiro Ozu ganha ponto, pois o japonês é considerado um mestre na hora de retratar relações humanas e como elas são construídas ao longo do tempo em seu contexto social, histórico, pessoal, psicológico e afetivo.
Em um artigo publicado no site português C7nema, o crítico Hugo Gomes detalhou que a filmografia de Ozu é repleta de temas e abordagens comuns em todas as suas obras. O cineasta costumava dar ênfase aos valores familiares, a modernização em confronto com o tradicionalismo, a herança geracional e a morte como “vizinha” iminente de um ciclo.
Para Gomes, em todos estes casos, o cineasta conseguiu formular e distinguir uma identidade fílmica, onde os mais variados elementos nos façam facilmente identificar se estamos ou não a assistir um filme da sua autoria. Destaco que em suas obras Ozu também teve a grandeza de retratar temas como: o comportamento e aos anseios da sociedade no pós-guerra, assim como, as relações humanas, a bondade, o egoísmo, o passar do tempo, o cotidiano e a transformação da sociedade.
Em análise mais apurada, podemos observar que o contexto histórico de transformação vivido no Japão da década de 50 foi o suficiente para as lentes de Yasujiro Ozu se voltarem para a dinâmica das relações íntimas entre familiares e amantes, atreladas ao cotidiano japonês em um período de intensa transformação social.
O crítico Hugo Gomes analisa que a classe média é o ponto central da fase mais madura da carreira de Ozu, que transcreve tais atos tradicionais no seu modus operandis. Os planos estáveis e centralizados que automaticamente cedem a close-ups igualmente “adormecidos” da face dos atores como se estivessem realmente a dialogar com o espectador, uma constante quebra da quarta parede e sob a ação do falso-raccord (o voluntário corte da continuidade de planos). A câmara posicionada a meio metro do chão, simbiótica para os característicos costumes nipónicos (tais como a típica postura sentada de joelhos no chão) e as interpretações forçosamente rígidas.
Gomes acredita que talvez seja por essa estrutura modelar que o realizador nunca conheceu a distinção que outros mestres do seu tempo conheceram, como Kenji Mizoguchi (1898-1956) ou Akira Kurosawa (1910-1998). Longe dos épicos ou dos dramas complexados, o cinema de Ozu é visto como uma espécie de anti-cinema clássico, uma rotina que invoca sutileza, mas nunca a espetacularidade cinematográfica necessária para ser visto por milhões. Todavia, sempre foi apelidado do “mais japonês dos realizadores japoneses”, devido à sua fidelidade para os costumes cotidianos da sua nação.
O cineasta japonês durante toda sua carreira manteve uma abordagem nada ortodoxa, ele era extremamente crítico, podemos notar essa criticidade apurada em quase todos os seus filmes. Ozu abusava de alusões e era detalhista nas simbologias presentes nos seus diálogos, na monotonia dos atos, nos laços familiares e por fim na multiplicidade de sentimentos.
Os filmes considerados essenciais dentro de sua filmografia são “Pai e Filha” (1949), “Era uma vez em Tóquio” (1953), “A Viagem a Tóquio” (1953) e “O Gosto do Saké” (1962) – estas obras podem ser encontradas em alguns streamings voltados para o público mais cult.
O marcante “A Viagem de Tóquio” foi durante a sondagem de 2012 da revista britânica Sight & Sound considerado o terceiro melhor filme de sempre entre os críticos, e o primeiro entre os realizadores, distinção discutível, mas que se reconhece ser de certa forma merecida – esta é uma das obras que nos “tocam” pela sua simplicidade em emoções que ecoam por toda a eternidade.
O cinema de Ozu era conceitualmente considerado um cinema marginal para a época. Entretanto, aos poucos foi sendo aceito, talvez graças a um pensamento vanguardista que surgiu entre os anos 60 e 70. A mudança de pensamento ajudou Ozu a se destacar entre os circuitos cinematográficos e a ser motivo de estudo principalmente em relação à sua sofisticação narrativa e a firmeza com que transformava o cotidiano em pura sutileza artística e poesia.
O crítico Carlos Augusto Calil, em um editorial publicado em 2010 no Folha de S.Paulo, comentou alguns aspectos da poética de Ozu.
Para Calil:
No quesito drama, seus dramas familiares se desenrolam no restrito espaço da casa de madeira e papel. Toda a sua imensa obra, com raras exceções, poderia ser condensada num único tomo, sob o título “Pais e Filhos”. E Ozu, que nunca foi pai e morou com a mãe a vida inteira, invariavelmente toma o partido dos genitores.
No seu estilo predomina o tom rebaixado, da desdramatização, o que volta e meia o leva a obrigar o ator a repetir dezenas de vezes um gesto banal até que não sobre resquício de interpretação. Seu ator preferido, Chishu Ryu (1904-1993), era sabidamente um rosto sem expressão, um boneco de engonço, que se prestava à perfeição ao movimento imposto pelo mestre oculto.
Calil analisa que Ozu só se interessa por pessoas normais, imperfeitas, gente comum, em meio às quais não há lugar para heróis. Mesmo o personagem mesquinho, caso da filha mais velha em seu filme “Era uma Vez em Tóquio” (1953), que pede o quimono da mãe na cerimônia do seu funeral, embora criticado, nunca é julgado, mas visto com compaixão.
Nisso, a vida ordinária dessas pessoas se desenrola em sucessivos “desacontecimentos”, num cotidiano levemente dramatizado, a que não falta o senso de humor, geralmente introduzido pelas crianças. Ozu era um grande diretor de crianças, retirava delas uma espontaneidade capaz de descontrair o espectador japonês, tão condicionado ao protocolo da cordialidade social e à expressão codificada, de cumprimentos formais e frases de sentido convencional.
Como em Hitchcock, com quem guarda muitas semelhanças, no cinema de Ozu predomina a composição do quadro, a simetria, a harmonia, às quais se submetem os atores, subordinados ao visual, à sua posição no cenário. Esse obsessivo artista gráfico compunha os planos como “tableaux”, em rigoroso equilíbrio.
Sobre o tempo e o espaço, Calil detalhou que nas obras de Ozu os atores comportam-se como se estivessem sendo observados pela câmera na posição de participante da cena. Como as pessoas em casa estão sempre agachadas no tatame, a câmera, como hóspede, permanece baixa, na altura do anfitrião. O plano é geralmente médio, a câmera não pode invadir o território da pessoa.
A visualização é frontal, bidimensional, provocando o achatamento do quadro. Não há linhas de fuga, mas planos sucessivos na distância. Como os japoneses não se olham de frente, ele os representa sempre em posições paralelas, por isso pode recusar o campo/contracampo, que no seu estilo de representação não tem função nenhuma. Os personagens falam diretamente para a câmera. Ao espectador desavisado, parece erro de continuidade, pela sistemática quebra do eixo. No regime estritamente visual, surgem planos de naturezas mortas e paisagens, que promovem a suspensão do fluxo narrativo e assumem a função de pontuação do discurso.
Ademais, sua reputação continuou a crescer desde a sua morte, e ele é amplamente considerado como um dos diretores mais influentes do mundo. E como descreveu Carlos Augusto Calil em 2010, a obra de Yasujiro Ozu, o desencantado senhor da solidão, transcende o cinema, é cultural e coletiva, é de toda uma cultura codificada. Por isso, pensam os japoneses que é incompreensível aos ocidentais. Ledo engano, para nossa felicidade.
Cultura
Paulínia Winner Mall Shopping promove ‘Caça aos Ovos’ e atividades gratuitas para as crianças na Páscoa

A corrida pelos doces inicia no Espaço de Eventos, no térreo
O Paulínia Winner Mall Shopping preparou uma programação especial para as famílias durante a Páscoa. Neste sábado, 19, das 14 às 17 horas, acontece uma divertida Caça aos Ovos e atividades recreativas para as crianças. A ação faz parte da campanha Aventura de Páscoa. O evento é gratuito.
A brincadeira terá início no Espaço de Eventos, no térreo, onde as crianças receberão as primeiras pistas para iniciar o percurso. Durante a busca pelos ovos de chocolate, os participantes precisarão seguir os rastros estrategicamente espalhados pelo mall. A cada nova pista encontrada, os monitores ajudarão na leitura e orientarão os pequenos durante a jornada.
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Além da caça, a programação contará com atividades recreativas como pintura facial e brincadeiras. Crianças de todas as idades podem participar.
Para Igor Borges, sócio-diretor do Paulínia Winner Mall Shopping, a ação vai além da diversão. “Planejamos um momento de recreação cheio de magia e estímulos para as crianças, para que possam aproveitar uma data tão cheia de encantos com seus familiares aqui em nosso empreendimento”, afirma.
Opções de presentes
Além da programação especial, o Paulínia Winner Mall Shopping é o lugar ideal para garantir os presentes de Páscoa. As lojas Brasil Cacau e Americanas, por exemplo, oferecem uma grande variedade de chocolates, ovos de Páscoa e opções especiais para a data.
O shopping está localizado na Avenida José Lozano Araújo, 1515, Nossa Senhora Aparecida. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 10 às 22 horas; e domingo e feriado, das 12 às 20 horas.
Serviço
Páscoa 2025 – Caça aos Ovos e atividades recreativas
Data: 19/04 – sábado
Horário: Das 14 às 17 horas
Entrada: Gratuita
Local: Espaço de Eventos – Paulínia Winner Mall Shopping, localizado na Av. José Lozano Araújo, n° 1515 – Nossa Senhora Aparecida
Cultura
Hortolândia recebe 1ª ‘Festa do Morango’ com entrada gratuita e atrações musicais a partir desta quinta

Evento, que acontece no estacionamento do Shopping Hortolândia traz gastronomia de qualidade e ação social
Hortolândia recebe a partir desta quinta-feira, 10, a “1ª Festa do Morango”. O evento, que terá entrada gratuita e vai até domingo, 13, acontecerá no estacionamento do Shopping Hortolândia. A expectativa é que milhares de pessoas compareçam nos quatro dias de festa.
Gastronomia
Para quem gosta de morango, opções não faltarão como espeto de morango, morango do nordeste, bolo de pote de morango, crepe de morango, pavê de morango, torta de morango, fondue de morango, coxinha de morango, churros de morango, torresmo de rolo com geleia de morango, burger de morango, burger com salada de morango, coxinha de morango, pastel de morango, chopp de morango, licor de morango, milkshake de morango, sorvete de morango, vinagrete de morango, caipirinha de morango, drinks de morango, bombom de morango, croissant de morango, estrogonofe de morango, nacho com geleia de morango, merengue de morango, churros com pistache e morango, morangos frescos, waffle de morango, bubble waffle de morango, doce de ninho com morango, entre outros pratos apetitosos.
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A festa vai oferecer outras opções gastronômicas como torresmo de rolo, costela, burger na parrilla, baião de dois, feijão tropeiro, espetinho, pastéis, comida mexicana, batata frita, coxinha, arroz carreteiro, doces caseiros, hot holl, temaki, tempurá, espeto de camarão, churros, além de diversos drinks, chopp, entre outros.
“Estamos felizes em realizar pela primeira vez a festa em Hortolândia. Esse evento é sempre esperado por todos, principalmente pelas várias opções que apresentamos ao público, além das atrações musicais e, claro, muito chopp. É um evento para toda a família”, disse Brenda de Paula, organizadora.
Concurso
A 1ª Festa do Morango em Hortolândia traz o concurso ‘Rainha do Morango’. Para participar, acesse a rede social do evento: @festadomorango.oficial e veja as regras.
- Música
- O evento vai acontecer com uma programação musical para todos os dias de festa. Confira:
- Quinta – 19h- Diet Music – Cover Mamonas Assassinas
- Sexta – 19h- Banda Confisco – Tributo Charlie Brown Jr
- Sábado – 19h30- Nova Legião- Cover Legião Urbana
- Domingo – 13h – Gulliver Trio – Rock 90/00
- Domingo – 19h – Cross Road – Tributo Bon Jovi
Solidariedade
Para quem quiser colaborar (não é obrigatório) haverá um ponto de arrecadação de alimento não perecível no local do evento. O que for arrecadado será destinado ao Fundo Social de Solidariedade de Hortolândia.
Serviço
Quando: 10,11,12 e 13 de abril.
Onde: R. José Camilo de Camargo, 5 , Hortolândia – SP.
Horário: quinta e sexta das 17h às 22h; sábado e domingo das 12h às 22h.
*Entrada gratuita.
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Cultura
‘Bem-estar do corpo e da mente’ é o tema da série de setembro do Café Filosófico CPFL

A saúde mental é uma preocupação de mais da metade (52%) da população brasileira. A constatação foi feita a partir da pesquisa “Global Health Service Monitor 2023”, realizada pela Ipsos. Em 2018, quando foi realizado o primeiro monitoramento, 18% dos entrevistados haviam mencionado a saúde mental como tema de maior preocupação. E no mês dedicado à campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio (Setembro Amarelo), o Café Filosófico CPFL traz a série “Bem-estar do corpo e da mente”.
Mente em foco
Até o final do século passado, o sofrimento psíquico estava envolto em tabus. Hoje, a chamada “saúde mental” é pauta nos mais variados espaços da sociedade. O que mudou? O tema será debatido no segundo módulo da série deste mês com a psicanalista Cláudia Cavallini, quevai abordar os desafios que as lideranças enfrentam hoje, pensando no crescente adoecimento mental das pessoas trabalhadoras, e com o psicólogo Marcelo Ferretti, que vai debater sobre o impacto do trabalho na saúde mental das juventudes.
O Café Filosófico CPFL é o broadcast de reflexões do Instituto CPFL, realizado por meio de palestras presenciais em Campinas, transmissões pelo canal do Café via YouTube, além de uma programação transmitida pela TV Cultura, dividida em três grades: domingos, às 19h; terças, às 23h; e sábados, às 22h.
Ambiente inspirador de troca e aprendizado
O espaço do Café Filosófico CPFL, na sede do Instituto CPFL, em Campinas, oferece uma atmosfera convidativa e aconchegante, onde cada detalhe é pensado para proporcionar uma experiência prazerosa. É possível tirar fotos em todos os lugares, incluindo o cenário e palco. O local possui climatização e é acessível para pessoas com deficiência, além de contar com intérpretes de Libras para garantir a participação de todos. Há, ainda, um serviço de alimentação com cardápio de comidas e bebidas para consumo no local.
Conheça a programação de setembro:
:: 05/09, quinta-feira, 19h: “O Tai Chi Chuan como porta para a cultura chinesa”, com Gabriel Guarino de Almeida, antropólogo e artista marcial
(Assista on-line: canal do Café no YouTube)
:: 12/09, quinta-feira, 19h: “Ancestralidade e tradição – do Brasil à China”, com Gil Rodrigues, educador, professor de Tai Chi Chuan e estudioso das artes marciais e cultura tradicional chinesa
(Assista on-line: canal do Café no YouTube)
:: 19/09, quinta-feira, 19h: “Saúde mental em cargos de liderança”, com Claudia Cavallini, psicanalista
(Assista on-line: canal do Café no YouTube)
:: 25/09, quarta-feira, 19h: “Novas gerações: diferentes visões do trabalho”, com Marcelo Ferretti, doutor em Filosofia
(Assista on-line: canal do Café no YouTube)
Os encontros são presenciais e gratuitos, com entrada por ordem de chegada, a partir das 18h. A classificação é de 14 anos e a transmissão on-line será no
Serviço
Café Filosófico CPFL ao vivo com Gabriel Guarino de Almeida, antropólogo e artista marcial
Quando: 05 de setembro, quinta-feira, às 19h
Onde: Instituto CPFL
Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632 – Chácara Primavera, Campinas
Entrada: gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h
Participação on-line: canal do Café no YouTube
Informações: institutocpfl.org.br
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