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Já somos a ausência que seremos

Vanderlei Tenório
Não apenas por meio de séries estereotipadas, rudes e comerciais como “Narcos” (2015-2017) ou “Pablo Escobar, o patrão do mal” (2012), ambas da gigante Netflix, vemos a materialização do que foi a violência que castigou a Colômbia na segunda metade do século passado.
Se analisarmos especificamente Medellín, capital do departamento de Antioquia, é inevitável evocar personagens sinistros e dúbios como o narcotraficante internacional Pablo Emilio Escobar Gaviria (1949-1993) – Pablo Escobar saiu da pobreza para se tornar um dos homens mais ricos do mundo. Fundador do cartel de Medellín, ele faturava bilhões com tráfico de drogas da Colômbia para os Estados Unidos e a Europa.
Nessa perspectiva, tanto as pessoas boas quanto as más imersas neste período denso e aterrorizante foram inibidas de verem sua história contada nos meios de comunicação de massa como o cinema ou a TV, sempre por motivos diversos.
Em meio a esse turbilhão político-histórico-social, um caso particular é o do Dr. Prof. Héctor Abad Gómez, médico colombiano, professor universitário e ativista de direitos humanos assassinado por paramilitares de direita em 25 de agosto de 1987. Nos anos 1970 e 1980, a Colômbia vivia uma de suas fases mais violentas, devido à disputa territorial entre os cartéis de Cali e Medellín. Em meio a isso, surgiam agrupações paramilitares, financiadas por grupos de interesses econômicos e políticos. Neste cenário, foram assassinadas centenas de defensores dos direitos humanos, professores universitários e sindicalistas – Embora tenha passado sua vida lecionando, sem preferências partidárias, Abad Gómez acabou se envolvendo em política para tentar implementar programas de saúde pública.
Na manhã do dia em que foi assassinado, em 25 de agosto de 1987, Héctor Abad Gómez pôs no bolso um fragmento de papel em que transcreveu o poema “Epitáfio”, do poeta, crítico literário e ensaísta argentino, Jorge Luis Borges (1899-1986). Ameaçado por paramilitares, Gómez apegou-se ao texto, que diz assim: “Já somos a ausência que seremos”. O papel foi encontrado pelo filho, que teve tempo de sentir o último calor da face do pai ao beijá-lo, na rua de Medellín onde foi executado.
Sua vida, absolutamente única, foi registrada em um livro escrito por seu filho Héctor Abad Faciolince, e que sob o título “O esquecimento de que seremos” vendeu centenas de milhares de exemplares em todo o mundo, obtendo elogios de grandes escritores da estatura de JM Coetzee – JM Coetzee foi laureado com o Nobel de Literatura (2003).
Quinze anos após o lançamento do livro, a história inesquecível de Gómez ganhou vida no cinema através das lentes do sensível diretor espanhol Fernando Trueba,no longa “A Ausência Que Seremos”. Embora sua circulação tenha sido parcialmente afetada pela pandemia de coronavírus e suas restrições estritas, o filme de 136 minutos ganhou novo fôlego, quando foi lançado na plataforma de streaming Netflix.
A primeira questão que se coloca aqui é se o público deveria primeiro ter lido o romance de Abad Faciolince para apreciar ou compreender o filme. A resposta é não. A leitura deste texto não é imprescindível, pois tanto na estrutura quanto na narração escolhida por Trueba, será fácil compreender que estamos diante da história do profundo amor que um pai pode sentir pelo filho e vice-versa. A partir daí, estamos diante de uma história universal.
Os personagens principais deste longa são dois. O primeiro, interpretado por Javier Cámara, é Héctor Abad Gómez, um médico carinhoso e atencioso, mas fundamentalmente preocupado com as necessidades dos seus pares. Ele é o chefe de uma grande família, na qual as mulheres são a maioria. O segundo é seu único filho homem, Abade Faciolince.
O filme está estruturado em dois momentos: o “presente” (em preto e branco), no qual vemos como Gómez regressa a Medellín da Itália – onde estava estudando Literatura – para assistir a uma cerimónia de reconhecimento ao trabalho de ensino do pai. Curiosamente, as cenas dos anos 1980 são em preto e branco. O diretor disse que essa foi uma escolha instintiva, mas pode ser interpretada como um reflexo de um clima mais sombrio e denso. Ele também destaca o contraste com o brilho colorido e quente das cenas da infância que convidam a uma sensação de nostalgia nebulosa.
O segundo momento (exposto a cores), mostra a evolução da família Abad Faciolince tendo como chefe da casa um professor de medicina habituado a não se calar perante as injustiças sociais, e a viver no meio de uma cidade cada vez mais agitada pela violência política e social. Este último, obviamente, significará mais um risco do qual – como se pode ver no filme – todos em casa estão cientes.
O drama nos apresenta, ainda, a outros conflitos desse período da história colombiana, como as disputas entre liberais e conservadores, a convivência com a comunidade judaica e a acelerada modernização de Medellín na época, colocando em xeque valores tradicionais de uma sociedade extremamente religiosa. A obra narra a história de uma família católica e de classe média colombiana a partir do olhar de um garoto fascinado pelo pai, que destoa por sua visão progressista do mundo e por ser ateu.
Sobre o ator espanhol Javier Cámara, talvez o elogio por seus múltiplos papéis em sucessos no cinema e na televisão seja supérfluo. É por isso que comentaremos algumas linhas sobre esses dois artistas que interpretam Héctor Abad.
Em primeiro lugar, o menino Nicolás Reyes Cano, que surpreende com sua notável naturalidade ao longo de todas as suas cenas. É ele quem funciona como uma espécie de lente por meio da qual o espectador conhecerá as peculiaridades de sua família especial. Em uma parte do filme, depois de abraçar e deixar seu pai beijar seu pescoço, um de seus amigos lhe diz: “Seu pai é bicha?” Ao que ele responde: “Por quê?” “Porque só bichas se beijam assim”, respondem. Depois de calar a boca do amigo com um empurrão, recusando-se a usar um capacete ridículo para andar de bicicleta, escondendo os livros de história da arte que usa para ‘desabafar’ suas preocupações eróticas com fotos de esculturas, negando quando o obrigam a rezar antes de dormir (“porque senão ele não irá para o céu “) ou com ciúmes” porque o pai prefere a irmã Marta, que sabe dançar e cantar lindamente “, o pequenino rouba nossos corações com espantosa facilidade e pinta de todo o corpo como é saudável e bela a infância muitas vezes.
Em segundo lugar, temos Juan Pablo Urrego (estudante universitário Héctor Joaquín), um ator que também é natural de Medellín e que com apenas 35 anos já vimos em papéis muito mais radicais, como quando interpretou Popeye na série baseada nas memórias de Jhon Jairo Velásquez (1962-2020), o temível assassino de Pablo Escobar Gaviria. Se naquela produção do Caracol Televisión temos um sujeito inescrupuloso, capaz de enfrentar criminosos perigosos na prisão, em “A Ausência Que Seremos” seu papel é diametralmente diferente.
Urrego é aqui um desajeitado estudante de literatura que, criado em uma família onde as mulheres sempre foram a maioria, não pode deixar de se derreter de amor filial ao ver seu pai sorrindo para ele à distância durante um ato de homenagem. Seu desempenho é bom, mas não menos eficaz ou poderoso para isso. Embora pareça ciente dos riscos que o pai enfrenta devido às suas ações sociais e às críticas ao sistema, ele não é capaz de ameaçá-lo ou obrigá-lo a deixar o que o faz tão feliz. É nessa encruzilhada que ele passa seus dias até o desfecho fatal.
Sustentado em interpretações como as de Nicolás Reyes, Juan Pablo Urrego e, é claro, de Javier Cámara, “A Ausência Que Seremos” é um drama eminentemente humano. Embora não seja um curta-metragem (mais de 2 horas de duração), parece que essa história poderia muito bem ter sido uma série. Alguns momentos dão a impressão de serem curtos (como a fase de Abad Gómez no exílio), outros têm voltas e mais voltas sem maiores explicações ou desenvolvimentos (como quando Tata é levada para o asilo, ou quando uma das filhas da família morre). Mas esta não é uma simples história de ficção que poderia ser esticada de acordo com as necessidades do escritor ou do estúdio. Isto é vida real.
Uma vida que, sem dúvida, merece ser contada.
Entretenimento
Festas Juninas: soltar balões amplia riscos de incêndios deixando o sistema elétrico e a população em perigo, alerta CPFL Santa Cruz
Ocorrências de queimadas provocadas pela queda de balões podem impactar diretamente redes de energia da região de Jaguariúna
Apesar de ilegais, a soltura de balões ainda é uma prática muito comum em boa parte do país e ganha força especialmente durante as tradicionais festas juninas. Pensando nisso, a CPFL Santa Cruz aproveita o período para reforçar, por meio da sua campanha Guardião da Vida, os perigos envolvendo balões especialmente quando próximos as redes de energia. Os artefatos estão entre as principais causas de perturbação do sistema elétrico nessa época do ano e representam um risco iminente à vida e ao meio ambiente.
“Por serem fabricados a partir de materiais inflamáveis, os balões se tornam uma verdadeira ameaça, uma vez que a sua queda pode provocar incêndios muitas vezes de grande proporção. Desta forma, além da destruição ambiental, pode gerar riscos à população e caso caia próximo à postes e redes elétricas, afetar o fornecimento de energia até mesmo para bairros inteiros”, destaca Raphael Campos, gerente de Saúde e Segurança da CPFL Energia.
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Ao atingir redes de distribuição e transmissão de energia, os balões podem causar curtos-circuitos, danificar equipamentos, causar acidentes e provocar interrupções para clientes. Dependendo do trecho afetado, também irão exigir trabalhos complexos de reconstrução das estruturas.
Outra importante mensagem de conscientização da CPFL sobre o assunto, em sua campanha Guardião da Vida, é para que as pessoas jamais tentem resgatar balões caídos sobre postes e cabos de energia. A orientação é acionar imediatamente a distribuidora e o Corpo de Bombeiros. “O contato com a rede pode ser fatal e, por isso, reforçamos a importância de não arriscarem as suas vidas na tentativa de resolver a situação. Temos equipes especializadas e de prontidão para atuarem de forma segura na regularização”, ressalta Campos.
Alerta total
Outro item caraterístico na montagem das festas juninas e que também acendem o alerta da CPFL Santa Cruz nesse período do ano são as fogueiras. A recomendação da companhia é que elas jamais sejam montadas em locais próximos a redes elétricas, ainda mais em ambientes rodeados de vegetações secas. “As chamas podem se alastrar rapidamente e atingir os equipamentos responsáveis pela distribuição de energia, podendo afetar, por exemplo, o abastecimento de hospitais, comércios e unidades de serviço essenciais”, destaca Campos.
Por falar na preparação das festividades, a CPFL orienta a população a contarem com o apoio de eletricistas e profissionais capacitados para avaliarem previamente as instalações das barracas e principalmente aquelas com equipamentos que dependem de energia. Cabos e tomadas devem estar devidamente protegidos e ligações clandestinas jamais devem ser realizadas. Além de ilegais, sobrecarregam a rede elétrica e se tornam, inclusive, focos de possíveis incêndios.
Abaixo, as principais dicas de segurança da CPFL Santa Cruz durante o período de Festas Juninas:
- Não solte balões, além de serem proibidos por lei, eles colocam em risco, residências, matas, a rede elétrica e a vida das pessoas;
- Nunca acender fogueiras perto da rede elétrica. O fogo pode se alastrar, se tornar uma queimada, provocar acidentes e ainda interromper o fornecimento de energia;
- Fique atento ao manusear arames, escadas e outros materiais metálicos usados na montagem de barracas que, em contato com a rede elétrica, podem provocar acidentes;
- Nunca pendure bandeirinhas coloridas em postes ou cabos e nem coloque enfeites que contenham fios ou cabos metálicos em sua confecção próximos da rede elétrica;
- Use apenas produtos com garantia e que apresentem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro);
- Nunca faça ligações clandestinas para fornecer energia para a festa. É recomendado utilizar os serviços de um eletricista profissional para observar todos os cuidados com a rede de iluminação e alimentação (tomadas).
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Entretenimento
Minas Gerais: quem te conhece, não esquece jamais

Você já deve ter ouvido essa frase — e hoje eu vim te contar: ela faz todo sentido
A apenas 3h30 de Jaguariúna, o município de Capitólio, em Minas Gerais, é um dos destinos mais comentados do estado. E não é à toa. Além da hospitalidade dos mineiros — sempre simpáticos, acolhedores e prontos para uma boa prosa — o lugar encanta pelas belezas naturais de tirar o fôlego e uma culinária de dar água na boca.
Se você está planejando conhecer os famosos canyons de Capitólio, aqui vão algumas dicas valiosas:
Hospedagem e acesso aos passeios
Uma boa opção é se hospedar em São José da Barra, que fica a apenas 20 minutos dos principais pontos turísticos. Lá, você encontra várias agências de turismo e guias locais experientes.
Roteiro dia 1 – natureza, tradição e sabor
No primeiro dia, uma ótima pedida é fazer o circuito que inclui o Paraíso Achado, Cachoeira Beija-Flor e a Lagoa Azul da Pedreira. Esse passeio dura pouco mais de 4 horas e é ideal para se conectar com a natureza e renovar as energias.
Para este passeio até as cachoeiras, o ideal é contratar um guia credenciado com veículo 4×4, já que os acessos são por estradas de terra e carros convencionais podem não chegar até o destino. Os valores giram em torno de R$125 por pessoa + taxas.
Depois, a parada obrigatória é no Restaurante do Turvo, onde o prato mais famoso é a traíra recheada sem espinhos — uma verdadeira delícia da culinária mineira que vale cada garfada.
Se quiser estender o dia, há boas opções para curtir à noite na mesma região, como o Rota 99 e o Barzin 050, com música, comida e ambiente agradável.





Roteiro dia 2 – Canyons
No dia seguinte, o passeio de lancha pelos canyons é indispensável. O ponto de partida é na Rodovia MG-050, km 306, em frente ao Restaurante do Turvo. O valor médio é de R$110 por pessoa e o passeio dura cerca de 3 horas.
Durante o trajeto, você vai conhecer cachoeiras, o Vale dos Tucanos, os canyons imponentes e até um bar flutuante, com paradas para nadar e aproveitar o visual.
Para encerrar a viagem com chave de ouro, a dica é almoçar no Restaurante Panorama, saboreando a última refeição com uma vista incrível antes de pegar a estrada de volta.



Minas Gerais é mesmo inesquecível — seja pelas paisagens, pela comida ou pelas pessoas. E depois dessa experiência, você vai entender por que quem conhece, nunca mais esquece.
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Livros para colorir ganham destaque como atividade terapêutica e educativa

Hobby que estimula a criatividade, alivia o estresse, reforça o aprendizado e faz sucesso em todas as idades
Colorir está longe de ser uma prática restrita à infância. Cada vez mais popular entre jovens e adultos, os livros de colorir têm conquistado espaço como alternativa acessível e eficaz para quem busca momentos de relaxamento, estímulo à criatividade e reconexão com o presente. A tendência é destaque nas prateleiras das papelarias que oferecem opções variadas para todos os gostos e faixas etárias.
A atividade é conhecida por proporcionar benefícios emocionais e cognitivos. Além do aspecto relaxante, o hábito também tem valor educacional. Para as crianças, ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, percepção visual e reconhecimento de cores e formas. Para os adultos, pode ser uma forma de expressão e até mesmo de autoconhecimento.
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