Brasil
Congresso Mundial de Biogás é realizado simultaneamente à agenda do G20 em Foz do Iguaçu
Com evento internacional, a WBA – World Biogas Association (Associação Mundial do Biogás) destaca o Brasil como protagonista na transição energética e no desenvolvimento da bioeconomia
Foz do Iguaçu, cidade paranaense e um dos principais destinos turísticos do Brasil, foi escolhida para sediar, no dia 1º de outubro, o “World Biogas Association Congress Brazil 2024”. Organizado pela World Biogas Association (WBA) – Associação Mundial do Biogás, o evento coincide estrategicamente com as reuniões de energia do G20, programadas para ocorrer entre os dias 30 de setembro e 04 de outubro. Com foco no desenvolvimento do biogás e da bioeconomia no Brasil, o Congresso reunirá autoridades governamentais, líderes empresariais e especialistas globais para discutir o papel do biogás na transição energética do país.
O evento conta com a parceria de entidades brasileiras como a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), o Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás (CIBiogás) e tem a Itaipu Binacional como patrocinadora do encontro. Está confirmada a presença de Enio Verri, Diretor-Geral da Itaipu Binacional, e Charlotte Morton OBE, Diretora Executiva da WBA. A programação contempla painéis sobre a descarbonização da indústria alimentícia, gestão de resíduos e financiamento do setor de biometano.
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O Congresso também abordará temas como os compromissos do Brasil com o Global Methane Pledge, cujo objetivo é reduzir as emissões globais de metano em pelo menos 30% até 2030 em relação aos níveis de 2020; e o papel do país na Aliança Global de Biocombustíveis – aliança lançada durante a Cúpula do G20 de 2023, que contou com a participação de países, incluindo o Brasil e a Índia, em colaboração com outras nações e organizações internacionais.
Além das discussões estratégicas, os participantes terão a oportunidade de visitar a Unidade de Biometano Itaipu e a Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis, nas dependências da Itaipu Binacional, no dia 30 de setembro, seguido por uma recepção de boas-vindas no mesmo dia.
Com a missão de contribuir com os debates, a WBA criou, por meio do G20 Policy Hub (T20), dois documentos de posição sobre a gestão de resíduos sólidos. Lançados no começo de setembro, antes das reuniões do G20 no Brasil, os documentos destacam a importância crescente da tecnologia de biogás na transição para uma economia de baixo carbono. Eles abordam a redução do desperdício de alimentos e a ampliação da mitigação de metano, com foco em influenciar políticas globais e promover práticas sustentáveis de gestão de resíduos. Tais documentos podem ser baixados gratuitamente, basta acessar www.worldbiogasassociation.org/brazil.
Terra das Cataratas e do biogás
Foz do Iguaçu, e a Região do Oeste paranaense, têm íntima ligação com o desenvolvimento do biogás e do biometano no Brasil há quase duas décadas. Resultado de investimentos e esforços em P&D, feitos historicamente pela Itaipu Binacional, Itaipu Paquetec e pelo CIBiogás. Com um investimento de 1,8 milhão de euros do governo alemão, o marco mais recente foi a inauguração da Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis, primeira planta-piloto do Brasil para a produção de petróleo sintético a partir de biogás e hidrogênio, focada na produção de combustível sustentável para aviação (SAF).
O Paraná ocupa a 4ª posição entre os estados brasileiros na produção de biogás, com 742 mil metros cúbicos diários e um total de 198 plantas, sendo 136 delas provenientes do setor agropecuário. Além disso, é o segundo estado com o maior número de plantas instaladas. O estado tem um potencial estimado para gerar mais de 2 milhões de metros cúbicos diários de biometano.
Energia que vem do resíduo
O biogás é o gás produzido a partir da decomposição de materiais orgânicos como resíduos sólidos urbanos, alimentares, agrícolas, industriais, efluentes de pecuária e esgoto, em ambiente sem oxigênio (anaeróbio). Composto majoritariamente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), o biogás é altamente calorífico. A partir dele é possível gerar energia elétrica, térmica e veicular, sendo considerado uma energia limpa e renovável.
Ao submeter o biogás a um processo de purificação (retirada de CO2 e outros elementos), é possível obter o biometano. A concentração de metano é similar à do gás natural, o que o torna adequado para injeção na rede de distribuição de gás e também como biocombustível. Ele é considerado um energético renovável e amplamente desejado pelo mercado pelo potencial de descarbonização, especialmente no setor de transportes.
Segundo o Panorama de Biometano 2023, publicação realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e CIBiogás, a produção de biogás no Brasil cresceu cerca de 87% nos últimos 10 anos. Com novas plantas entrando em operação, espera-se um aumento de 574 milhões Nm³/ano na produção, o que representa um crescimento de 20% no volume nacional.
O Panorama aponta que o Brasil possui 1.365 plantas de biogás, com a maior parte delas (80%) no setor agropecuário, mas a maior produção vem do setor de saneamento (63%), especialmente dos aterros sanitários. A ABiogás estima que o país tem potencial para chegar em 2030 produzindo cerca de 30 milhões de metros cúbicos de biometano por dia. Volume que poderia atender parte da demanda brasileira por diesel, em torno de 150 milhões de metros cúbicos por dia.
Colaboração Global
À medida que o Brasil sedia a Cúpula do G20 deste ano e a COP 30 no ano que vem em Belém do Pará, o país desempenha um papel fundamental no combate às mudanças climáticas globais. O Brasil e a Índia têm colaborado para o avanço do cenário das energias renováveis, estreitando suas relações no âmbito da presidência do G20 e da Aliança Global de Biocombustíveis.
Após a realização do Congresso no Brasil e na Índia, em Nova Delhi, nos dias 23 e 24 de outubro, ambos os países reforçam seus compromissos com o desenvolvimento do biogás e tecnologias de digestão anaeróbica. A WBA reconhece a liderança dessas nações na busca por uma transição energética justa, com amplo potencial para tornar o biogás uma solução indispensável para atingir as metas de Net Zero e segurança energética.
Sobre a World Biogas Association (WBA)
Lançada na COP 22 em Marrakesh, em 2016, a World Biogas Association (WBA) é a associação comercial global para os setores de biogás, gás de aterro e digestão anaeróbica. A WBA se dedica a facilitar a reciclagem de todos os resíduos orgânicos, resíduos de colheitas e culturas de cobertura por meio de tecnologias de biogás, como a digestão anaeróbica. A adoção global dessas tecnologias oferece uma oportunidade multifacetada para produzir energia limpa e renovável, bioCO2 e fertilizantes naturais, ao mesmo tempo em que resolve questões globais de desenvolvimento, saúde pública e crescimento econômico.
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Brasil
Diagnóstico da obesidade deve ter novos parâmetros a partir de 2025
Conforme especialistas vêm defendendo há muitos anos, incluindo cirurgiões da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) o Índice de Massa Corporal (IMC) não será mais o único parâmetro utilizado para a definição de obesidade
Acabou de ser publicado o resultado do trabalho de uma comissão formada por 58 especialistas de todo o mundo que atuam no tratamento da obesidade, incluindo dois pacientes. Entre os integrantes da comissão está o ex-presidente da SBCBM e atual presidente da Federação Internacional de Cirurgia para a Obesidade (IFSO), Ricardo Cohen.
Com o apoio da revista científica The Lancet, foram propostas novas diretrizes para diagnosticar a obesidade, reconhecendo-a como uma doença crônica e contínua, e não apenas como um fator de risco para outras doenças relacionadas ao excesso de gordura, como diabetes e hipertensão. Os especialistas chegaram a 18 sinais e sintomas capazes de indicar quando a obesidade é doença em adultos — e outros 13 em crianças e adolescentes.
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A publicação da Lancet Diabetes & Endocrinology Commission distingue também obesidade clínica da obesidade pré-clínica, conforme a presença ou ausência de manifestações clínicas objetivas de disfunção orgânica. O diagnóstico clínico requer um ou ambos os seguintes critérios principais: evidência de função reduzida de órgãos ou tecidos devido à obesidade (ou seja, sinais, sintomas ou testes diagnósticos mostrando anormalidades na função de um ou mais sistemas de tecidos ou órgãos); ou limitações substanciais, ajustadas por idade, nas atividades diárias, refletindo o efeito específico da obesidade na mobilidade, em outras atividades básicas da vida diária (por exemplo, banho, vestimenta, higiene, continência e alimentação), ou ambos.
O grupo utilizou o método Delphi para alcançar consenso sobre critérios diagnósticos, enfatizando a necessidade de confirmar o excesso de gordura além do IMC e considerando limitações nas atividades diárias.
O documento traz recomendações para clínicos e formuladores de políticas públicas, focando na prevenção e tratamento baseado em evidências.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Juliano Canavarros, a redefinição proposta é um divisor de águas na compreensão e no manejo da obesidade, já que diferenciando obesidade pré-clínica e obesidade clínica, os novos critérios reconhecem que o excesso de adiposidade pode se manifestar de formas distintas, ora como um fator de risco, ora como uma condição de doença estabelecida.
“A Obesidade Pré-Clínica define o excesso de gordura corporal sem evidências de disfunção orgânica, mas com risco aumentado de progressão para doenças crônicas. Já a Obesidade Clínica caracteriza-a como uma doença sistêmica crônica, com disfunções funcionais em órgãos e tecidos, incluindo alterações metabólicas, cardiovasculares e estruturais”, afirma Canavarros.
Para ele, os novos critérios de avaliação têm vantagens como, a inclusão de métodos como circunferência abdominal, razão cintura-quadril e medidas diretas de adiposidade, como o DEXA, que permitem uma avaliação mais fidedigna do impacto da obesidade na saúde.
“Essa abordagem evita tanto o subdiagnóstico (em pessoas com IMC normal e alta adiposidade) quanto o sobrediagnóstico (em atletas com alta massa muscular). Também reconhece a obesidade clínica como uma doença baseada em alterações funcionais objetivas baseada em evidências e não apenas no peso, promovendo um cuidado mais centrado no indivíduo e alinhado com os princípios da medicina personalizada, para reverter disfunções e melhorar a qualidade de vida. Já na Obesidade Pré-Clínica permite a implementação de estratégias de monitoramento, aconselhamento e intervenções preventivas para evitar a progressão da doença”, destaca Canavarros.
Políticas públicas baseadas em evidências
Outro benefício da nova definição é que ela combate a ideia de que a obesidade é apenas uma falha de comportamento ou estilo de vida, reconhecendo-a como uma doença multifatorial e sistêmica, promove-se um cuidado mais humanizado, com redução do estigma associado à condição.
“Esses avanços representam uma oportunidade para transformarmos a forma como abordamos a obesidade em nossos sistemas de saúde. Na SBCBM, acreditamos que a integração desses novos critérios fortalecerá ainda mais as abordagens multidisciplinares que sustentam a cirurgia bariátrica e metabólica e estamos comprometidos em liderar esforços para disseminar essas diretrizes no Brasil, colaborando com médicos, gestores de saúde e pacientes para promover mudanças significativas em nosso sistema de saúde, completa Canavarros afirmando que a SBCBM apoia esses avanços e reafirma seu compromisso com a excelência no cuidado de pessoas que vivem com obesidade.
Confira os 18 sinais da obesidade clínica em adultos:
- Dores de cabeça recorrentes e perda de visão. Às vezes, têm a ver com a pressão intracraniana aumentada.
- Apneia do sono. Quando você se deita e dorme, a gordura em excesso no abdômen e na garganta faz o ar ter encontrar resistência para passar. A respiração sofre breves (e ruidosas) interrupções.
- Falta de ar. Ela mostra que os pulmões e o músculo da respiração, que é o diafragma, têm dificuldade para se expandir.
- Insuficiência cardíaca de fração reduzida: o coração não se contrai direito para bombear o sangue.
- Fadiga e inchaço nas pernas. Esses sintomas podem indicar outro tipo de insuficiência cardíaca, a de fração preservada. Nela, o coração não relaxa direito. O bombeamento do sangue também fica prejudicado.
- Palpitações e ritmo cardíaco irregular. São sinais de arritmias.
- Hipertensão pulmonar: quando sobe demais a pressão da artéria que leva o sangue do coração até os pulmões para ser oxigenado.
- Trombose venosa: quando surgem coágulos nas veias das peras.
- Hipertensão. Isto é, pressão sanguínea acima dos valores saudáveis.
- Alterações metabólicas: quando o exame de sangue acusa
- Aumento do colesterol LDL ou dos triglicérides ou, ainda, dos níveis de glicose, por exemplo.
- Doença hepática gordurosa: quando exames de imagem
encontram gordura infiltrada no fígado, o que é capaz de inflamá-lo.
- Excesso da proteína albumina na urina: este é um dos sintomas de rins que não estão funcionando a contento.
- Escapes de xixi: se os episódios de incontinência urinária se tornam frequentes.
- Menstruação irregular, falta de ovulação e síndrome dos ovários policísticos: são sinais de problemas reprodutivos em mulheres.
- Deficiência de testosterona nos homens e baixa produção de espermatozoides: indicam problemas reprodutivos no público masculino.
- Dores nos joelhos e/ou na bacia. Elas acusam problemas articulares.
- Linfedema. Ele causa inchaços e dores crônicas.
- Limitações em atividades básicas do dia a dia: se a falta de mobilidade dificulta tarefas como tomar banho, vestir-se e outras.
Nas crianças e nos adolescentes, vale lembrar, são 13 critérios, muitos deles em comum com a lista dos adultos.
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Brasil
Morre aos 92 anos Léo Batista, a voz marcante do jornalismo brasileiro
Seu Léo estava internado no Rio de Janeiro em função de um tumor no pâncreas
Morreu neste domingo, 19, aos 92 anos, Léo Batista, um dos maiores jornalistas da história do Brasil. O âncora e repórter, que esbanjou simpatia ao longo de quase um século de vida, se identificou mais com a imprensa esportiva ao longo da carreira, mas soube marcar espaço em muitas outras coberturas. Além de fazer parte da bancada do Jornal Nacional, passou 40 anos cobrindo o Carnaval do Rio de Janeiro no rádio e na televisão. Ele faleceu no Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em função de um tumor no pâncreas.
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O jornalista deu entrada no hospital no dia 06 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Exames detectaram o tumor, que exigira internação na UTI da unidade ao longo dos últimos dias, mas ele não resistiu.
Seu Léo, como sempre foi carinhosamente chamado, dedicou cerca de 77 anos ao jornalismo, tendo sido 54 deles só na TV Globo, tornando-se inspiração para várias gerações de profissionais que aprenderam com ele, tendo contato direto, ou apenas sendo espectador de sua “voz marcante”.
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Brasil
Inscrições para concorrer a mais de 260 mil vagas pelo Sisu estão abertas
Adesões podem ser feitas até o dia 21 pelo Portal Único do Acesso ao Ensino Superior. O resultado está previsto para 26 de janeiro
Os candidatos que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 já podem, a partir desta sexta-feira, 17, usar as notas para se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e concorrer a vagas ofertadas em instituições públicas de ensino superior, em especial universidades e institutos federais. As inscrições podem ser feitas até 21 de janeiro pelo Portal Único do Acesso ao Ensino Superior, seguindo o cronograma oficial e os critérios para seleção, que foram publicados no Edital n° 35/2024.
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O resultado da chamada regular está previsto para 26 de janeiro. O período de matrículas acontece de 27 a 31 de janeiro. O prazo para participar da lista de espera vai de 26 a 31 de janeiro.
260 mil vagas
Neste ano, serão 261.779 vagas em instituições públicas de ensino superior de todo país. Entre essas, mais de 68 mil são para estudantes que querem ingressar em licenciaturas, público-alvo, por exemplo, do Pé-de-Meia Licenciaturas. A iniciativa é parte do programa Mais Professores para o Brasil, lançado pelo Governo Federal, que vai ofertar mais de 12 mil bolsas a candidatos com nota igual ou superior a 650 pontos no Enem que se matricularem em um curso presencial de licenciatura.
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