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Ato pela democracia recorda mortos na ditadura leva multidão ao Centro de SP

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Evento reuniu milhares do lado de dentro e fora da Faculdade de Direito da USP. No salão nobre, ex-ministro José Carlos Dias leu carta “Em Defesa da Democracia e da Justiça”. Nas Arcadas, cerimônia marcou leitura de manifesto feito por alunos da instituição e terminou com gritos de ‘fora Bolsonaro’.

Ato pela democracia recorda – O ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro reuniu empresários, juristas, artistas, movimentos sociais e sindicais na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (11).

O evento levou uma multidão ao Largo de São Francisco e foi encerrado com gritos de “Fora Bolsonaro”.

Dentro da universidade, os discursos recordaram os mortos na ditadura e foram marcados pela cobrança da manutenção do estado democrático de direito e do respeito ao sistema eleitoral brasileiro.

Ato pela democracia recorda mortos na ditadura, pede respeito ao sistema eleitoral e leva multidão ao Centro de SP

Carta em defesa da democracia foi lida nesta quinta (11) na USP — Foto: Tomzé Fonseca/Futura Press/Estadão Conteúdo
Carta em defesa da democracia foi lida nesta quinta (11) na USP — Foto: Tomzé Fonseca/Futura Press/Estadão Conteúdo

Pessoas exibem um balão em forma de urna eletrônica com as palavras ‘Respeite o voto’, durante evento o ato pela democracia em frente à sede da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no centro de São Paulo, nesta quinta (11) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A primeira parte ocorreu no salão nobre do prédio e teve início por volta das 10h. O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, abriu os discursos citando as 47 mortes de pessoas da universidade que lutaram contra a repressão militar.

Ato pela democracia recorda mortos na ditadura, pede respeito ao sistema eleitoral e leva multidão ao Centro de SP

Pessoas exibem um balão em forma de urna eletrônica com as palavras 'Respeite o voto', durante evento o ato pela democracia em frente à sede da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no centro de São Paulo, nesta quinta (11)   — Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Ato pela democracia recorda mortos na ditadura, pede respeito ao sistema eleitoral e leva multidão ao Centro de SP

“Nós, da USP, perdemos vidas preciosas durante um período de exceção, as cicatrizes ainda são visíveis, vidas que foram ceifadas pela repressão ou livre pensamento. Nesse período, perdemos 47 pessoas que eram parte de nossa comunidade, nós não esquecemos e não esqueceremos. Aqueles que rejeitam e agridem a democracia não protegem o saber, a ciência, o pensamento e não amam a universidade.”

E encerrou sua fala exigindo respeito ao voto e ao sistema eleitoral.

“Queremos eleições livres e tranquilas, queremos um processo eleitoral sem fake news ou intimidações. A universidade brasileira é o oposto do autoritarismo”.

Em seguida, Oscar Vilhena Vieira, advogado e membro da Comissão Arns e do Comitê do Manifesto, assumiu a palavra.

Ele afirmou que as 800 pessoas presentes no salão nobre do prédio representavam todos os movimentos sociais, sindicais e empresários que superaram as diferenças para lutar por uma única causa.

“Aqui estão representados os setores mais vibrantes da economia Temos os principais movimentos sociais que lutam pela dignidade do Brasil, além as organizações não-governamentais que defendem os direitos humanos.

Todos estão nessa sala. Dada a gravidade do momento que vivemos, todos foram capazes de transcender suas diferenças e se juntar pela luta da democracia. Estado de Direito sempre”.

Também discursaram durante o evento: Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central; Telma Aparecida, representando a CUT (Central Única dos Trabalhadores); a advogada Beatriz Lourenço do Nascimento, coordenadora da Uneafro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos;

Horácio Lafer Piva, presidente do conselho deliberativo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá); Francisco Canindé, na União Geral dos Trabalhadores; Patrícia Vanzolini, presidente da seccional de São Paulo da Ordem de Advogados do Brasil (OAB);

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares e Frente Brasil Popular; Miguel Torres, presidente da Força Sindical, Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Mogi das Cruzes e CNTM; Bruna Brelaz, amazonense e estudante de direito e presidente da UNE.

Diversas personalidades participaram do ato, como a cantora Daniela Mercury, o comentarista Walter Casagrande, o ex-locutor Osmar Santos, a apresentadora Bela Gil, o escritor Marcelo Rubens Paiva, os ex-apresentadores Cazé Peçanha e Edgard Piccoli, entre outros.

‘Democracia é procedimento, é prática’, diz Patrícia Vanzolini

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Protestos contra a fome

Do lado de fora do prédio da USP, uma multidão acompanhou pelos telões a transmissão. O público ocupou a área externa com cartazes e realizou manifestações contra a fome e a favor da democracia.

Dentre os participantes, estava o defensor público Rafael Lessa, que levou a família toda ao local. Ele e a esposa carregavam os filhos Cecília, de 1 ano, e Caetano, de 4 anos.

“Vivemos um período muito perigoso da nossa história. Precisamos impedir que um desastre aconteça. Trouxe meus filhos para ensinar desde cedo o valor da democracia e da importância da liberdade plena de direitos”.

Ato pela democracia recorda mortos na ditadura, pede respeito ao sistema eleitoral e leva multidão ao Centro de SP-
Ato pela democracia recorda mortos na ditadura, pede respeito ao sistema eleitoral e leva multidão ao Centro de SP
Família participa do ato pela democracia no Centro de SP — Foto: Celso Tavares/g1

Motivo semelhante levou o eletricista Celestino Conceição Lima, de 81 anos, a participar do evento.

“Em 81 anos de vida, já vivi de tudo. E posso garantir que a Democracia é o melhor regime que o Brasil já teve. Sou contra qualquer golpe. Quero deixar pros meus bisnetos um Brasil de liberdade de verdade”.

Celestino Conceição Lima, de 81 anos, durante ato em defesa da democracia  — Foto: Celso Tavares/g1
Celestino Conceição Lima, de 81 anos, durante ato em defesa da democracia — Foto: Celso Tavares/g1
Família participa do ato pela democracia no Centro de SP — Foto: Celso Tavares/g1
Pessoas participam de ato em defesa da democracia no Largo de São Francisco, em São Paulo, nesta quinta (11) — Foto: Nelson Almeida/AFP
Pessoas participam do ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, nesta quinta (11)   — Foto: Nelson Almeida/AFP
Pessoas participam do ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, nesta quinta (11) — Foto: Nelson Almeida/AFP

Em uma mesa instalada no local, pães formavam a palavra ‘Democracia’.

O protesto foi organizado pelo coletivo “Banquetaço”, que reúne chefes de cozinha, estudantes, MST.

Manifestantes escrevem a palavra "democracia" com pães em ato neste 11 de agosto — Foto: Celso Tavares/g1
Manifestantes escrevem a palavra “democracia” com pães em ato neste 11 de agosto — Foto: Celso Tavares/g1

Fantasiados de animais, integrantes do movimento “Reviravolta de Gaia” também participaram do ato.

Espalhados pelo salão nobre da Faculdade de Direito da USP, e do lado de fora do Largo São Francisco, os “animais” levavam cartazes com frases como “direito selvagem”.

“Somos pessoas que representam os animais também como seres de direitos. Também estamos aqui para participar dos processos políticos do país. Somos a reviravolta de Gaia”, disse a ave dentro do salão nobre enquanto a primeira carta em defesa da democracia era lida.

Integrantes da 'reviravolta de gaia' participam de ato — Foto: Celso Tavares/g1
Integrantes da ‘reviravolta de gaia’ participam de ato — Foto: Celso Tavares/g1

Leitura das cartas

Às 11h10, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, presidente da Comissão Arns, leu a primeira carta, intitulada “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, que tem como signatárias 107 entidades, entre associações empresariais, universidades, ONGs e centrais sindicais.

“Hoje é um outro momento, um momento grandioso, eu diria talvez inédito, em que capital e trabalho se juntam em defesa da democracia. Eu acho que nós estamos celebrando aqui, com alegria, com entusiasmo, com esperança com certeza, nós estamos celebrando o hino da democracia”, disse o ex-ministro.

As falas dentro do salão nobre foram encerradas com o discurso do reitor da USP.

Manifesto da USP

Na sequência, nas arcadas, a atriz Roberta Estrela D’Alva abriu a cerimônia de leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, organizada por ex-alunos da faculdade e que, conta com mais de 930 mil signatários.

Manuela de Moraes, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, foi a primeira a falar.

Ato em defesa pela democracia na USP — Foto: Celso Tavares/g1
Ato em defesa pela democracia na USP — Foto: Celso Tavares/g1

“Hoje surge como tarefa democrática a união de diversos setores da sociedade para defender as liberdades e os direitos pelos quais uma geração inteira de lutadores deu a vida para conquistar. É por esta razão que nos congregamos hoje. […] Nós, que éramos os outros, agora fazemos parte dessa nova carta. Somos jovens, negros, periféricos: uma nova intelectualidade que é fruto da escola pública, das quebradas e das favelas.”

Na sequência, o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, assumiu o microfone.

“Aqui nós temos a reunião de sindicalistas, de empresários e de movimentos sociais da sociedade civil. Isso mostra que as eleições já têm um vencedor, este vencedor é o sistema eleitoral brasileiro. Este vencedor é o a legalidade do estado democrático de direito sempre. Principalmente, o mais importante, o vencedor da eleições é o povo brasileiro.”

Antes de iniciar a leitura da segunda carta, foi feita uma homenagem aos signatários do documento de 1977.

O manifesto foi lido por Eunice de Jesus Prudente, professora da faculdade de direito da USP e da faculdade Zumbi dos Palmares; Maria Paula Dallari Bucci, professora da faculdade de direito da USP; Flávio Flores da Cunha Bierrenbach, um dos articuladores da carta aos brasileiros de 77 e ex-ministro do Tribunal Superior Militar; e Ana Elisa Liberatore Silva Bechara, professora e vice-diretora da Faculdade de Direito da USP

A leitura foi encerrada por volta das 12h40 com um coro do público presente pedindo “Fora Bolsonaro”.

Escolha da data

A data foi escolhida por marcar o aniversário da criação dos cursos de direito no país e coincide com a leitura de um manifesto no mesmo local, em 1977, para denunciar a ditadura militar, que subtraiu direitos e matou opositores do regime.

Manifestantes carregam urna inflável com dizeres "respeite o voto", em ato neste 11 de agosto — Foto: Celso Tavares/g1
Manifestantes carregam urna inflável com dizeres “respeite o voto”, em ato neste 11 de agosto — Foto: Celso Tavares/g1

Os primeiros a aderir a este movimento foram ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), artistas, acadêmicos, banqueiros e empresários.

Desde quando foi aberta a toda a sociedade, a carta já foi endossada por 727 porteiros, 8.973 desempregados, 5.045 enfermeiros, 4.217 motoristas, 6.619 policiais, 519 delegados de polícia, 28.868 engenheiros, 15 mil médicos e 4231 magistrados, entre outros, segundo os responsáveis pela iniciativa.

Os presidenciáveis Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã) também a assinaram, assim como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

“Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira.

São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional. Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana.

Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão”, diz trecho da carta (leia mais abaixo a íntegra do texto, que foi publicado também em inglês, espanhol, francês, italiano e alemão).

Manifestantes escrevem a palavra "democracia" com pães em ato neste 11 de agosto, em SP  — Foto: Celso Tavares/g1
Manifestantes escrevem a palavra “democracia” com pães em ato neste 11 de agosto, em SP — Foto: Celso Tavares/g1

O documento, que foi lançado depois de seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, não cita seu nome. Bolsonaro não a endossou e fez críticas.

A carta também recebeu quase 20 mil tentativas de fraude desde que foi lançada, segundo o procurador-geral do Ministério Público de Contas de São Paulo, Thiago Pinheiro Lima, um dos organizadores da iniciativa.

Na madrugada desta quarta (8), segundo Pinheiro Lima, um hacker tentou derrubar o site ao criar um robô que provocava 8 milhões de acessos simultâneos no site “Estado de Direito”.

Também nesta quarta, foi divulgado um vídeo em que 42 artistas se dividem na leitura do documento.

Artistas fazem leitura da carta em defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil
Artistas fazem leitura da carta em defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil

Leia a íntegra da ‘Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito’:

“Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.

Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.

Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.

A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.

Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável.

O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.

Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.

Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.

Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.

Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.

No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.

Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:

Fonte: G1

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São Paulo

Governo de SP anuncia redução de 10% em tarifas social e vulnerável da Sabesp após desestatização

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Conselho do PPI aprovou novo modelo de concessão, debatido em consulta pública, e diretrizes para a realização da oferta pública de ações da companhia

O Governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 17, o novo modelo de concessão da Sabesp, que entrará em vigor após a desestatização da companhia. Ele prevê novidades como a redução de 10% nas tarifas social e vulnerável de água e esgoto. As demais categorias também vão ficar mais baratas – a residencial terá queda de 1%, e as demais, como comercial e industrial, terão 0,5% de diminuição. A gestão estadual também aprovou as diretrizes para a oferta pública de ações e as novas regras de governança.

“O que a gente quer é um saneamento mais barato, melhor, mais rápido e para todos. O saneamento vai ficar mais barato? Vai porque a gente já definiu o percentual de desconto na tarifa social e vulnerável. É um desconto extremamente relevante, a gente está falando em 10% e consegue garantir isso. Sempre falamos que nosso foco é o vulnerável e a tarifa social. Também estamos falando em investir mais de R$250 bilhões até o final do período de concessão, sendo que R$64 bilhões serão investidos até 2029 para que a gente alcance a universalização”, afirmou Tarcísio após reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), no Palácio dos Bandeirantes.

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Para ter direito à tarifa social ou à vulnerável, a família precisa estar no Cadastro Único para Programas Sociais (CADÚnico). Tem direito à tarifa vulnerável quem está na primeira faixa do CADÚnico, ou seja, quem tem renda familiar per capita de até R$218. Já a tarifa social se destina a quem tem renda familiar per capita entre R$218 e meio salário mínimo. Em ambos os casos, o desconto aplicado será de 10%. A Agência Regulatória de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp) será responsável por levantar quem está registrado no CADÚnico e encaminhar a lista à Sabesp, que oferecerá o benefício.

Segundo o modelo, a tarifa calculada pela Arsesp sempre ficará abaixo do valor que seria praticado pela Sabesp sob controle estatal. Para tanto, serão utilizados recursos do Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento Básico no Estado de São Paulo (FAUSP). Esse fundo será financiado por meio de 30% do valor obtido na desestatização e pelos dividendos pagos pela Sabesp à gestão paulista após a desestatização.

Além disso, as regras de cálculo da tarifa vão mudar. Atualmente, os investimentos da empresa são pré-pagos, ou seja, primeiro são considerados no cálculo da tarifa, e só depois são realizados. Após a desestatização, serão pós-pagos: primeiro a Sabesp vai fazer os investimentos e somente em seguida incluí-los no cálculo da tarifa.

“A gente tem hoje um plano na Sabesp que tem um aumento tarifário em virtude da quantidade de investimentos. A lógica tarifária de hoje olha os próximos quatro anos e já coloca na tarifa algo que ainda vai ser feito. A gente está mudando para colocar na tarifa somente depois que o investimento for realizado. Isso também é muito importante o alinhamento de interesses”, explicou a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

Oferta
O CPPI também aprovou o detalhamento da oferta pública para garantir a atração de investidores estratégicos comprometidos com a gestão da Sabesp. A venda de ações será dividida em dois grupos: o primeiro será destinado ao investidor estratégico, e o segundo aberto a todo o mercado, inclusive pessoas físicas, jurídicas e funcionários da companhia.

Para se tornar investidor estratégico da Sabesp, os concorrentes passarão por um processo competitivo que vai escolher aquele que oferecer o maior preço pela ação da empresa. Caso haja mais de três interessados, serão escolhidos os dois maiores preços por ação, com apresentação de ambas as propostas ao mercado. Aquela que gerar maior volume de ações negociadas ganhará a disputa pelo bloco.

Governança
A nova governança da Sabesp prevê a elaboração de um novo estatuto e um acordo de investimentos entre o Estado e o investidor estratégico, que deverá permanecer na Sabesp até o final de 2029, com restrições específicas. Ao longo desse período, com concentração dos investimentos para a universalização, o grupo não poderá vender suas ações.

De 2030 a 2034, o investidor estratégico poderá vender ações, mas o acordo se mantém desde que ele tenha mais de 10% dos papéis. O Governo de São Paulo, por sua vez, estará sujeito ao mesmo compromisso, com as mesmas restrições impostas ao grupo privado.

As medidas vão assegurar uma gestão sólida e comprometida com o interesse público após a desestatização. A nova governança também prevê a “golden share” do Governo de São Paulo, limites para evitar que um único grupo assuma o controle da empresa e regras para escolha do Conselho de Administração – a composição virá de chapas formadas por três membros independentes, três representantes do investidor estratégico e três da gestão estadual.

Transparência
Entre 15 de fevereiro e 15 de março, uma consulta pública recebeu quase mil sugestões à desestatização da Sabesp. Entre as novidades incorporadas, está a definição mais abrangente dos núcleos urbanos informais que serão atendidos com saneamento básico, garantindo a inclusão de todos. A medida vai garantir que a rede de água e esgoto chegue de forma plena às periferias das cidades, beneficiando a população de menor renda.

Outro ajuste importante foi a previsão de um plano de contingência para emergências hídricas pela Sabesp que será aprovado pela Arsesp. Com o conjunto de normas, a empresa estará sempre pronta a responder a emergências provocadas pelas mudanças climáticas.

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São Paulo

Ipem-SP fiscaliza mais de 11 mil produtos durante Operação Ambiente Seguro, na capital e interior

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Objetivo é reduzir a ocorrência de acidentes provocados por panelas de pressão, cadeiras plásticas, escadas domésticas, entre outros itens

O Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), autarquia do Governo do Estado, vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, que tem como objetivo promover a confiança nas relações de consumo, realizou no período de 08 a 12 de abril, na capital e interior, a Operação Ambiente Seguro.

O objetivo foi fiscalizar o comércio varejista e atacadista, visando reduzir a ocorrência de acidentes relacionados às panelas metálicas e de pressão, serviços de inspeção técnica e manutenção de extintores de incêndio, fogão a gás, cadeira plástica monobloco, escada metálica e coifas/exaustor elétrico de uso doméstico, mantendo a vigilância de mercado.

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Ao todo foram verificados 11.546 produtos e encontrados erros em 118 (1%). Acesse a planilha e conheça as irregularidades detectadas pelas equipes de fiscalização na Região Metropolitana da capital https://www.ipem.sp.gov.br/images/pdf/OpAmbienteSeguro2024_irregularidadesRMSP.pdf e no interior https://www.ipem.sp.gov.br/images/pdf/OpAmbienteSeguro2024_irregularidadesinterior.pdf

Os produtos com foco na operação Ambiente Seguro são regulamentados e devem exibir o selo de conformidade do Inmetro, que é a evidência de que foram testados e atendem aos requisitos mínimos de segurança. A obrigatoriedade da fiscalização do Ipem-SP também é feita para manter a relação de confiança entre o cidadão e o governo.

A operação teve caráter orientativo e os estabelecimentos que foram encontradas irregularidades foram instruídos a corrigir os procedimentos. Em caso de reincidência, estarão sujeitos às penalidades previstas em lei. De acordo com a lei federal 9.933/99, as multas podem chegar a R$1,5 milhão.

Orientação para o consumo
O Ipem-SP disponibiliza para download o Guia Prático de Consumo, que traz dicas ao consumidor sobre o que observar na hora da compra de diversos produtos. Para o download do guia acesse https://www.ipem.sp.gov.br/images/publicacoes/g_consumo/g_consumo.pdf aproveite e conheça outras publicações do Ipem-SP no link https://www.ipem.sp.gov.br/index.php/cidadao/publicacoes

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São Paulo

Orçamento 2025: parlamentares da Alesp estarão em Paulínia para ouvir a população

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Nesta sexta-feira, 19, você cidadão paulinense terá a oportunidade de apresentar as principais demandas da sua cidade e da sua região

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo desembarca no município de Paulínia, nesta sexta-feira, 19, para a realização de mais uma audiência pública do Orçamento estadual para 2025. O encontro está marcado para às 19h, na Câmara Municipal de Paulínia.

Participe e faça a diferença! As audiências são oportunidades únicas para você expressar as necessidades e prioridades da sua cidade. A sua participação é fundamental para garantir que o Orçamento do Estado para o próximo ano reflita as verdadeiras demandas da sua região.

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“A Assembleia sai daqui e vai até a sua cidade para ouvir população, vereadores, prefeitos e sociedades de classe, para falar sobre as necessidades que a sua região tem” – deputado Gilmaci Santos (Republicanos), presidente da CFOP.

O orçamento
Entre os meses de março e maio, os integrantes da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp viajarão 25 cidades paulistas de diferentes regiões do Estado para consultar, direto com os cidadãos, quais são as principais demandas dos municípios paulistas.

Todo o trabalho produzido durante esses encontros será incorporado à Lei Orçamentária Anual (LOA). Esse documento prevê a arrecadação estadual e fixa as despesas do ano seguinte. Dessa forma, é o instrumento pelo qual são previstos e planejados os investimentos em diversas áreas, como Saúde, Educação e Segurança Pública.

“Estamos falando de um orçamento de quase R$400 bilhões e vai ser nas audiências públicas que você vai pode apontar as prioridades da sua região. O Orçamento democrático depende da sua participação” – Luiz Claudio Marcolino (PT), vice-presidente da CFOP.

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