Mundo
EUA anunciam 35 mil novos vistos temporários a estrangeiros
Medida busca mitigar a forte escassez de mão de obra que atinge o país; brasileiros estão entre as nacionalidades elegíveis para o H-2B
A escassez de mão de obra no mercado de trabalho americano continua sendo um grande problema para o governo dos Estados Unidos. O Departamento do Trabalho e o Departamento de Segurança Interna do país anunciaram a disponibilização de 35 mil vistos H-2B adicionais para trabalhadores estrangeiros.
Com isso, empresas não agrícolas que estejam precisando de mão de obra, seja por questões sazonais ou por picos de demanda, poderão contar com este acréscimo de contingente na força de trabalho dos EUA. “Os vistos vão ajudar as empresas americanas a expandir caminhos legais para trabalhadores estrangeiros que buscam vir para os Estados Unidos”, declarou o secretário de Segurança Interna do país, Alejandro Mayorkas, em comunicado.
Esta é a segunda vez, em pouco mais de dois meses, que o governo americano teve de estender o limite legal de 66 mil vistos H-2B concedidos por ano. Em 27 de janeiro, 20 mil vistos extras haviam sido disponibilizados para imigrantes.
Com as 35 mil novas autorizações de agora, os Estados Unidos estão praticamente dobrando o limite anual de H-2B estipulado pelo Congresso. Ao todo, já são 120 mil vistos H-2B para o ano fiscal de 2022. “A situação nos Estados Unidos é realmente preocupante.
Com uma taxa de desemprego baixíssima, em apenas 3,6%, o país não consegue encontrar mão de obra no mesmo ritmo de seu crescimento econômico. Já são mais de 11 milhões de vagas abertas, quase duas para cada pessoa desempregada. O jeito é aumentar a participação de certas faixas etárias na força de trabalho americana, o que leva tempo, ou facilitar a contratação de imigrantes por meio de medidas como a autorização suplementar de vistos H-2B”, analisa Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration, escritório de advocacia especializado em levar trabalhadores para os EUA.
Desta nova suplementação de H-2B, 13,5 mil são destinados para trabalhadores que já receberam o visto anteriormente nos últimos três anos – e que agora poderão retornar aos EUA para realizar trabalhos variados. Os outros 11,5 mil vistos são para cidadãos do Haiti, El Salvador, Guatemala e Honduras, que não necessariamente precisam já ter recebido o H-2B ou algum outro tipo de visto anteriormente.
O visto H-2BO visto H-2B permite que empregadores americanos contratem estrangeiros de cerca de 80 países (incluindo o Brasil) para a realização de trabalho não agrícola de natureza temporária nos quais não há mão de obra americana disponível, geralmente para atender carências sazonais, necessidades extraordinárias e intermitentes ou picos de demanda. O imigrante – que não precisa ter qualificação acadêmica – pode ficar, no máximo, três anos nos EUA com o visto H-2B, precisando sair após este período e permanecer, no mínimo, três meses consecutivos fora do país para retornar sob o mesmo status.
Sobre Rodrigo Costa – CEO da AG Immigration
Rodrigo Costa possui vasta experiência profissional na área de negócios, tecnologia e marketing, tendo atuado com consultoria em diversas multinacionais no Brasil, ajudando-as a melhorar sua performance financeira. É especialista em mercado de trabalho americano e CEO de um dos mais renomados escritórios de imigração dos Estados Unidos.
Mundo
Reunião de cúpula do G20 decidirá sobre taxação de super-ricos
Proposta é principal bandeira da presidência do Brasil no grupo
A reunião de cúpula do G20 decidirá, na próxima semana, sobre a principal proposta do Brasil durante a presidência no grupo. Os chefes de Estado e de Governo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana debaterão a taxação dos super-ricos como fonte de financiamento para o combate à desigualdade e o enfrentamento das mudanças climáticas.
Apresentada pelo Brasil em fevereiro, durante a reunião dos ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, em São Paulo, a proposta foi mencionada como ambiciosa pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A presidência brasileira no G20 defende um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários do mundo, que arrecadaria entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente, conforme um dos autores da proposta, o economista francês Gabriel Zucman.
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Segundo Zucman, a taxação afetaria apenas 3 mil indivíduos em todo o planeta, dos quais cerca de 100 na América Latina. Em contrapartida, teria potencial de arrecadar cerca de US$ 250 bilhões por ano. Um estudo da Oxfam, divulgado pouco antes da reunião de fevereiro, mostrou que os impostos sobre a riqueza arrecadam quatro vezes menos que os tributos sobre o consumo no planeta.
No Brasil, a medida ajudaria a financiar o desenvolvimento sustentável e a reduzir a desigualdade. Em maio, um estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made/USP) levantou o potencial da medida sobre o país.
Segundo o estudo, o imposto mínimo de 2% sobre a renda dos 0,2% mais ricos do país arrecadaria R$ 41,9 bilhões por ano. O montante poderia triplicar o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia e multiplicar em cerca de dez vezes o orçamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas em relação a 2024.
Entraves e avanços
Apesar de ter a adesão de diversos nações, a ideia enfrenta a resistência de alguns países desenvolvidos, entre os quais os Estados Unidos e a Alemanha. Entre os países que apoiam estão França, Espanha, Colômbia, Bélgica e África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do bloco depois do Brasil. A União Africana manifestou apoio desde a apresentação da proposta em fevereiro.
Mesmo com o anúncio formal do Brasil, a reunião de fevereiro terminou sem um comunicado conjunto oficial. Um resumo divulgado pelo governo brasileiro informou que os países se comprometeram a modernizar a tributação de multinacionais à era digital e estabelecer uma tributação global mínima para as empresas globais.
Nos últimos nove meses, o Brasil tem buscado ampliar a adesão à proposta. Em viagem aos Estados Unidos em abril, Haddad disse esperar um acordo até a reunião dos chefes de Estado e de Governo de novembro. Em maio, durante simpósio de tributação internacional do G20, em Brasília, o ministro reiterou que a taxação ganha o apoio de países.
Em nova reunião de ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, em julho no Rio de Janeiro, o ministro declarou que o Brasil colocou o tema na agenda global. Haddad também afirmou que o Brasil quer taxar super-ricos para financiar a aliança contra a fome.
G20 Social
Embora a decisão final caiba aos chefes de Estado e de Governo, o Brasil quer que a proposta de taxação de grandes fortunas tenha a contribuição da sociedade civil. Criado durante a presidência do país no grupo, o G20 Social, que reúne entidades, organizações e acadêmicos, apresentará sugestões que embasarão as discussões durante a reunião de cúpula.
A reunião do G20 Social ocorre de quinta-feira (14) a sábado (16), também no Rio de Janeiro, e antecede a reunião de líderes das maiores economias do mundo, que será realizada nos dias 18 e 19. Na semana passada, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, ressaltou que o relatório final do G20 Social deve propor a tributação dos super-ricos.
Os debates do G20 Social, informou Macêdo, girarão em torno de três grandes temas: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; desenvolvimento sustentável (incluindo o debate sobre mudanças climáticas e transição energética justa) e reforma da governança global. Fonte: Agência Brasil
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Mundo
Biden desiste de candidatura à reeleição para a presidência dos EUA
Presidente manifestou apoio à indicação de Kamala Harris ao cargo
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo, 21, que desistirá de concorrer à reeleição. Em uma postagem na rede social X, Biden afirmou acreditar que, apesar de sua intenção de tentar um novo mandato, é do interesse do Partido Democrata e do país a retirada da sua candidatura. Em seguida, disse que se concentrará no seu trabalho como presidente até o final de seu mandato, em janeiro de 2025.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que seja do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas no cumprimento de meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden em uma carta publicada na rede social.
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Ainda na carta postada hoje, ele informou que se pronunciará à nação no final desta semana, dando mais detalhes sobre sua decisão. No entanto, em outra postagem no X, o presidente adiantou seu apoio na indicação da vice-presidente, Kamala Harris, para enfrentar o republicano Donald Trump.
“Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano”.
O anúncio de Biden segue-se a uma onda de pressão pública e privada de parlamentares democratas e membros do partido para que ele desistisse da corrida após desempenho fraco em um debate televisivo no mês passado contra o rival republicano Donald Trump.
Na carta de hoje, Biden disse que os Estados Unidos tiveram grande progresso nos últimos três anos e meio, citando a expansão do acesso a serviços de saúde, legislação sobre armas e a indicação da primeira mulher negra para a Suprema Corte.
Em típico discurso de fim de mandato, o presidente ainda destacou o fortalecimento da democracia e das relações do seu país com outras nações. “Os Estados Unidos nunca estiveram tão bem posicionados para liderar como estamos hoje. Sei que nada disso poderia ter sido feito sem o povo americano. Juntos superamos uma pandemia e a pior crise econômica desde a Grande Depressão.
Protegemos e preservamos nossa democracia e revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo”.
Donald Trump
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à CNN neste domingo que acha que será mais fácil derrotar a vice-presidente, Kamala Harris, nas eleições de novembro do que seria derrotar Joe Biden. Fonte: Agência Brasil
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Mundo
Maior terremoto em 25 anos em Taiwan mata ao menos nove pessoas
Terremoto de magnitude 7,2 que atingiu nesta quarta-feira a região de Taipé, capital de Taiwan, foi sentido em partes da China e do Japão; houve alerta de tsunami, depois retirado
Um forte terremoto de magnitude 7,2 – que pode ter chegado a 7,4 segundo um órgão de monitoramento dos Estados Unidos – atingiu nesta quarta-feira, 03, a região de Taipé, capital de Taiwan, matando ao menos nove pessoas e ferindo mais de 800. Há cerca de 50 pessoas desaparecidas, que estavam a caminho de um parque nacional, segundo a Reuters.
O tremor, que foi sentido em outras partes da Ásia, como Japão e China, desencadeou um alerta de tsunami, que depois foi retirado. Segundo as agências de notícias e a mídia local, esse foi o maior terremoto a atingir o país em 25 anos.
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Segundo a agência de monitoramento de terremotos de Taiwan, o tremor ocorreu às 8 horas (horário local) a aproximadamente 35 quilômetros de profundidade e teve seu epicentro a cerca de 18 quilômetros ao sul do condado de Hualien.
Vários tremores secundários se seguiram, com magnitudes menores. A agência AP informou que a escala da atividade sísmica em Hualien foi significativa, com mais de cem terremotos separados dentro e ao redor da cidade hoje, alguns com mais de 5,0 de magnitude.
As autoridades disseram ainda que esperavam um terremoto relativamente leve, de magnitude 4 e, portanto, não enviaram alertas.
Segundo a Reuters, a Força Aérea de Taiwan informou que seis caças F-16 foram levemente danificados em uma importante base na cidade, de onde os jatos são frequentemente lançados para evitar incursões da Força Aérea chinesa, mas espera-se que as aeronaves retornem ao serviço muito em breve.
No Japão, a agência meteorológica estimou a magnitude do terremoto em 7,7, afirmando que várias ondas de tsunami pequenas atingiram partes da província de Okinawa, no sul do país, e rebaixou o alerta de tsunami para um aviso.
Nas Filipinas, as autoridades sismológicas advertiram os residentes costeiros de várias províncias a se mudarem para locais mais altos.
A mídia estatal chinesa disse que o terremoto foi sentido na província de Fujian, no sudeste do país, e uma testemunha da Reuters afirmou que também foi sentido no centro comercial de Xangai.
Em Taipei, telhas caíram de prédios mais antigos quando o terremoto sacudiu a cidade, e escolas evacuaram seus alunos para campos esportivos, equipando-os com capacetes de segurança amarelos.
Um prédio de cinco andares em Hualien, perto do epicentro, ficou inclinado em um ângulo de 45 graus, com seu primeiro andar desabado. O jornal local United Daily News informou que três caminhantes morreram em deslizamentos de rochas no Parque Nacional de Taroko e um motorista de van morreu na mesma área depois que pedras atingiram o veículo. Fonte: Infomoney
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