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Deputado Arthur do Val renuncia ao cargo após abertura de processo por suas frases sexistas

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Deputado Arthur do Val

Deputado Arthur do Val é alvo no Conselho de Ética de processo pedindo a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar, após frases machistas contra refugiadas ucranianas.

Deputado Arthur do Val (União Brasil) renunciou nesta quarta-feira (20) ao cargo de deputado estadual após o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovar, por unanimidade, o processo que poderia gerar a cassação do seu mandato.

Ele é alvo no colegiado de 21 representações no colegiado pedindo a cassação por quebra de decoro parlamentar, após dizer frases sexistas contra mulheres refugiadas ucranianas.

“Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições”, disse do Val em nota divulgada no início da tarde.

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“Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito a defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política. Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos.”

Mesmo deixando o cargo, se o processo de cassação dele for aprovado no plenário da Alesp, ele pode ficar inelegível por oito anos segundo a Lei da Ficha Limpa, afirmaram juristas ouvidos pelo g1 

Na nota de renúncia divulgada nesta quarta (20), o parlamentar disse que “continuará lutando pelos seus direitos” políticos.

“Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos”, disse Arthur do Val.

Conselho de Ética da Alesp – Deputado Arthur do Val

O processo pedindo a cassação de Arthur do Val foi aprovado no Conselho de Ética da Alesp no último dia 12 de abril.

Os nove membros do conselho acataram o parecer do relator Delegado Olim (PP), que viu quebra de decoro parlamentar no deputado após a divulgação de áudios machistas sobre refugiadas ucranianas, vazados no início de março, durante viagem para suposta ajuda humanitária ao país.

Deputado Arthur do Val
Conselho de Ética da Alesp aprova pedido de cassação do deputado Arthur do Val

Após a aprovação do parecer no colegiado, o processo seguiu para a Mesa Diretora da Casa, que ainda não tinha definido data para a votação em plenário da proposta da cassação, em formato de projeto de resolução.

Para que o mandato de Arthur do Val fosse cassado, pelo menos 48 dos 94 deputados estaduais da Alesp teriam que votar a favor do relatório aprovado pelo Conselho de Ética.

No início da noite desta terça, Do Val protocolou a carta em que confirma o pedido de renúncia, segundo assessores.

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O presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), disse que, diante da carta de renúncia do deputado, vai convocar o suplente, Aldo Demarchi (União Brasil) para assumir o mandato parlamentar que será exercido até o fim da atual legislatura. Sobre o processo de cassação em tramitação contra o agora ex-parlamentar, o chefe do Legislativo disse que precisa estudar o regimento da Casa para saber que próximo passo será dado.

Reunião do Conselho de Ética da Alesp  — Foto: Pedro Santana/Alesp
Reunião do Conselho de Ética da Alesp — Foto: Pedro – deputado Arthur do Val

Sessão tumultuada

A sessão que aprovou o relatório contra o deputado foi marcada por tumulto, em 12 de abril. A militância do MBL, movimento do qual Do Val faz parte, compareceu à Alesp durante a votação. Com cartazes, gritaram na porta do local da reunião “Não à cassação”. Policiais militares lotaram os corredores da Casa para tentar impedir alguma confusão.

Mulheres ucranianas que vivem no Brasil e que pedem a punição do parlamentar também estiveram presentes naquela reunião, onde o parlamentar admitiu que erro ao enviar mensagens com conteúdos sexistas aos amigos.

Conselho de Ética da Alesp vota pela cassação de Arthur do Val
Conselho de Ética da Alesp vota pela cassação do deputado Arthur do Val

“Eu errei, ponto final. Quero pedir desculpas principalmente às mulheres ucranianas que estão aqui. Agora, vamos ser sinceros. Todo mundo sabe que esse processo de cassação não é pelo que eu disse, mas por quem disse. A verdade é que todos aqui me odeiam. Esse processo não é pelos meus defeitos, mas por minhas virtudes”, disse Arthur do Val.

“Vocês vão cortar minha cabeça, mas vão nascer outras no lugar”, afirmou ainda.

Sessão tumultuado do Conselho de Ética – deputado Arthur do Val

Na abertura da reunião de 12 de abril, houve bate-boca entre a presidente do conselho de Ética, Maria Lúcia Amary (PSDB), e a deputada Isa Penna (PSOL), que não faz parte do colegiado.

Amary propôs a suspensão dos trabalhos por dez minutos para a realização de uma reunião privada apenas entre os membros do Conselho de Ética e de Arthur Do Val, a pedido do parlamentar. Isa Penna protestou contra a realização da conversa sem a presença dos outros deputados. Em votação, o pedido de Arthur do Val não foi atendido, e os trabalhos prosseguiram.

Os discursos dos deputados também foram marcados por falas inflamadas, que pediram com veemência a punição do parlamentar.

Deputado Arthur do Val pode perder os direitos políticos por 8 anos
Deputado Arthur do Val pode perder os direitos políticos por 8 anos

As deputadas Érica Malunguinho (PSOL) e Marina Helou (Rede) também defenderam em seus votos a importância de combater a violência contra a mulher de forma estrutural.

“A forma com que a gente trata e aceita com que as mulheres sejam tratadas é sim um dos motivos pelos quais o Brasil é o quinto país mais perigoso do mundo pra ser mulher. Não é aceitável que a gente siga tendo um representante institucional se dirigindo a mulheres dessa forma”, disse Helou.

“Uma fala banal gera estupro, uma fala banal gera feminicídio. Ou vocês acham que uma pessoa acorda e fala ‘vou matar minha mulher hoje’? Isso é uma construção histórica”, afirmou Malunguinho.

O que dizem os áudios do deputado Arthur do Val ?

Nos áudios, que circularam nas redes sociais e teriam sido enviados para um grupo de amigos do parlamentar, há declarações machistas e misóginas.

“São fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’. É inacreditável a facilidade. Essas ‘minas’ em São Paulo você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara e aqui são super simpáticas”, diz o áudio

As declarações teriam sido feitas durante viagem à Ucrânia. Ele disse ter viajado para enviar doações para refugiados ucranianos após a invasão da Rússia ao país.

Nos áudios, o deputado também teria comparado a fila de refugiadas à fila de uma balada.

“Acabei de cruzar a fronteira a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas, irmão. Imagina uma fila de sei lá, de 200 metros ou mais, só deusa. Sem noção, inacreditável, é um bagulho fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui.” deputado Arthur do Val

Em outro trecho, o áudio diz: “Passei agora quatro barreiras alfandegárias, duas casinhas pra cada país. Eu contei, são doze policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram ‘minas’ que você se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá”.

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O que o deputado Arthur do Val disse sobre os áudios?

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o deputado estadual confirmou que são seus os áudios machistas.

Inicialmente, ele disse que “houve um mal entendido” e que as “pessoas estão misturando os áudios com outro contexto”.

“Foi errado o que eu falei, não é isso que eu penso. O que eu falei foi um erro, em um momento de empolgação”, declarou.

Depois, o deputado gravou um vídeo no qual declarou que suas frases foram “machistas” e “escrotas” e afirmou que se comportou “como um moleque” ao responder a perguntas de amigos em um grupo de conversas entre parceiros do futebol.

“Eu só quero que as pessoas me julguem pelo que eu fiz, não pelo que eu não fiz”, disse o deputado.

Segundo o deputado Arthur do Val , os áudios não foram enviados a grupos “de política” e ele já estava na Eslováquia, quando teve acesso a internet, ao enviá-los.

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Jader Filho detalha a nova versão do Minha Casa Minha Vida, com destaque para a classe média, no Bom Dia, Ministro

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Titular da pasta das Cidades será entrevistado por emissoras de rádio de diversas regiões nesta quarta, a partir das 8h

O ministro Jader Filho (Cidades) é o entrevistado do “Bom Dia, Ministro” desta quarta-feira, 16, a partir das 8h. Durante a conversa com radialistas de várias regiões do país, o ministro vai abordar o Programa Minha Casa, Minha Vida, maior programa habitacional da história do país.

Retomada em 2023, a nova versão do MCMV avançou na questão da localização dos empreendimentos habitacionais, garantindo proximidade ao comércio, a equipamentos públicos e acesso ao transporte público. Em dois anos, 2.948 municípios foram beneficiados com 1,4 milhão de imóveis contratados, sendo 1,2 milhão financiados e 205 mil subsidiados.

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FAR — Outro tópico abordado pelo ministro será o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), um dos principais fundos que apoiam as políticas habitacionais do Governo Federal, com o objetivo de promover o acesso à moradia digna para famílias de baixa renda.

Entre os seus objetivos, está o de prover os recursos ao Programa Minha Casa Minha Vida, para realização de investimentos no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, edificação de equipamentos de educação, saúde e outros complementares à habitação. Para maio de 2025, estão previstas 110 mil unidades habitacionais financiadas pelo fundo.

Prevenção de desastres — Durante a entrevista, Jader Filho falará sobre o investimento de R$ 24,3 bilhões para obras de contenção de encostas e drenagem urbana. São R$ 17,8 bilhões para obras em todo o Brasil, e R$ 6,5 bilhões em crédito extraordinário para o Rio Grande do Sul.

Regularização fundiária — Na pauta de assuntos, o ministro detalhará também as ações voltadas à regularização fundiária urbana, que busca garantir o direito à moradia legalizada para milhares de famílias brasileiras. A iniciativa permite que moradores de áreas ocupadas irregularmente há anos possam obter o título de propriedade do imóvel, assegurando segurança jurídica, acesso a financiamentos e valorização dos bens. Desde 2023, já foram 213 contratos firmados e R$ 61 milhões de investimento.

Mobilidade urbana — Na conversa com radialistas de todo o país, Jader falará sobre o investimento de R$ 9,9 bilhões em mobilidade urbana de grandes e médias cidades, com o intuito de reduzir o tempo de viagem e emissão de poluentes. Por meio do Novo PAC, serão realizados investimentos em transporte público de alta e média capacidade como BRTs, VLTs, Trens Urbanos e Metrôs e também corredores de ônibus, ciclovias e ciclofaixas, que promovem a conexão de redes cicloviárias e a de pedestres com rotas acessíveis à proposta de transporte público.

Os novos investimentos fortalecem a integração entre diferentes tipos de transporte e a garantem melhor qualidade nos deslocamentos urbanos, gerando impacto direto na qualidade de vida da população e benefícios econômicos e sociais.

Ao vivo — O “Bom Dia, Ministro” é uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O programa, transmitido ao vivo a partir das 8h em formato de entrevista coletiva, pode ser acompanhado pela TV (aberta ou via satélite) e pela internet, no YouTube, Facebook, TikTok e Instagram do CanalGov. Para as rádios, o sinal de transmissão é oferecido pela Rede Nacional de Rádio (RNR), pelo mesmo canal de “A Voz do Brasil”.

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Ypê abre 101 vagas de emprego em todo o Brasil

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Entre os estados com maior número de oportunidades estão São Paulo (61 vagas), Goiás (15 vagas) e Pernambuco (10 vagas), com processo seletivo inclusivo para todos os gêneros e Pessoas com Deficiência (PcDs)

Ypê, empresa 100% brasileira e uma das maiores fabricantes de produtos de higiene e limpeza do país, está com 101 vagas de emprego abertas. As oportunidades são para diferentes áreas e níveis de experiência – de aprendizes a cargos de liderança – e o processo seletivo é voltado para profissionais de todos os gêneros e pessoas com deficiência (PcDs). Os interessados devem acessar o site oficial de carreiras da marca para conhecer todas as vagas e se candidatar: Link

Atualmente, os três estados com maior número de vagas abertas são São Paulo (61 vagas), Goiás (15 vagas) e Pernambuco (10 vagas), com posições disponíveis nos municípios de Amparo, Salto, Campinas, Anápolis, Goiânia e Itapissuma, entre outros. Também há oportunidades em cidades como Brasília (DF), Cuiabá (MT), Manaus (AM), Natal (RN), Florianópolis (SC), Aracaju (SE) e Grande Vitória (ES).

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As vagas contemplam diferentes áreas como Logística, Qualidade, Comunicação, Produção, Comercial, Supply Chain, Gente, Manutenção e Segurança do Trabalho. Entre os cargos abertos, estão posições como promotor(a) de vendas, técnico(a) em segurança do trabalho, motorista carreteiro, operador(a) de processos, supervisor(a) de produção e manutenção, além de analistas e coordenadores nas áreas de desenvolvimento, embalagens, fiscal, comunicação e meio ambiente. Também há oportunidades para compradores, especialistas em marketing, eletromecânicos e executivos(as) de contas regionais, além de vagas para aprendizes e auxiliares operacionais.

As oportunidades estão distribuídas entre diferentes níveis de senioridade, com posições para júnior, pleno, sênior, técnicos, especialistas, coordenadores e gerentes executivos, ampliando as possibilidades para profissionais em diferentes fases da carreira. A Ypê oferece um pacote de benefícios competitivo, que inclui assistência médica e odontológica, acesso ao Wellhub (Gympass), participação nos lucros ou resultados (PPR), previdência privada, seguro de vida, transporte fretado (em algumas localidades), refeição no local, vale-alimentação e uma cesta mensal com produtos da marca.

Com mais de 7.300 colaboradores e 75 anos de história, a Ypê tem se destacado como uma das melhores empresas para se trabalhar no país, segundo o ranking Great Place to Work (GPTW). Em 2024, foi reconhecida em quatro categorias, incluindo o estado de São Paulo e a região do interior paulista, além de ter recebido destaque em Saúde Mental – reforçando a cultura de cuidado com o bem-estar e desenvolvimento das pessoas.

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Abril Azul: escolas reforçam a importância da inclusão e apoio a alunos com TEA

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Segundo educadores, iniciativas pedagógicas, equipes especializadas e ações de conscientização são essenciais para promover o desenvolvimento de estudantes neurodivergentes

O mês de abril é marcado pelo “Abril Azul”, campanha instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e combater o preconceito. O transtorno afeta a forma como o indivíduo se relaciona com o mundo ao seu redor, e é caracterizado pelo comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal e por comportamentos restritos e repetitivos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo. No Brasil, o número de pessoas com autismo é de cerca de 2 milhões.

Segundo educadores, o ambiente escolar desempenha um papel fundamental na causa do autismo quando proporciona práticas pedagógicas adaptadas, capacitação de educadores e ações de conscientização – garantindo que as necessidades de crianças e jovens autistas sejam respeitadas e que tenham oportunidades reais de aprendizado e socialização.

O ambiente escolar pode desempenhar um papel fundamental em três frentes:

Identificação precoce: professores e equipe pedagógica, por conviverem diariamente com os alunos, podem observar sinais como dificuldades de comunicação, interação social ou comportamentos repetitivos;

Auxílio no desenvolvimento: estratégias pedagógicas individualizadas, como adaptações curriculares, uso de tecnologia assistiva e apoio de profissionais especializados ajudam no progresso acadêmico e social;

Prevenção do preconceito e promoção da inclusão: campanhas de conscientização, palestras e atividades que envolvam toda a comunidade escolar criam um ambiente mais acolhedor.

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Além disso, ao promover a empatia e a valorização da neurodiversidade, a escola fortalece a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde cada indivíduo pode alcançar seu máximo potencial.

Instituições de ensino de São Paulo têm desenvolvido iniciativas que garantem a integração desses estudantes, respeitando suas especificidades e proporcionando um ambiente de aprendizado acolhedor e acessível.

Identificação, adaptação e inclusão 
Na Escola Bilíngue Aubrick, localizada na capital paulista, a temática da neurodivergência está presente em discussões com a equipe de professores. A instituição adota uma abordagem personalizada para atender alunos, combinando observação atenta, estratégias didáticas diversificadas e integração com a família.

“Nossos educadores buscam formas de assegurar as aprendizagens de todos os alunos. Quando comportamentos nos chamam a atenção ou notamos desafios importantes por parte dos alunos frente às aprendizagens, abrimos um canal de comunicação com a família e, juntos, pensamos na importância de buscar uma avaliação profissional, pois a escola não realiza diagnósticos”, explica a diretora pedagógica Teca Antunes.

Identificadas as necessidades específicas, a escola implementa adaptações e planos personalizados que incluem desde ajustes no ambiente físico até modificações no plano pedagógico. “Cada aluno tem necessidades únicas, alguns precisam de adaptações no material, outros de mais tempo nas atividades, ou de recursos tecnológicos. Criamos, por exemplo, adaptações curriculares e rotinas visuais para alunos que precisam de maior previsibilidade”, complementa Teca.

A escola também investe na conscientização sobre a neurodiversidade de forma natural e respeitosa, com o objetivo de criar um ambiente de convívio respeitoso e de qualidade, em que a diversidade é parte fundamental.

“Trazemos discussões aos alunos e oferecemos palestras às famílias de modo que compartilhem conosco o posicionamento institucional nessa temática. Vemos alunos neurodivergentes bastante incluídos no cotidiano escolar e seus colegas demonstrando naturalidade para lidar com as diferentes demandas. Vemos todos aprendendo e se desenvolvendo a partir dos ajustes feitos em seu percurso”, completa a diretora.

Capacitação, parceria familiar e tecnologia
Na opinião da coordenadora pedagógica da Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, Bruna Beatriz Donnarumma, um dos principais desafios na inclusão de alunos neurodivergentes é o estigma social, que pode ser um obstáculo significativo, pois reforça percepções limitadas sobre suas capacidades e dificulta a construção de um ambiente escolar verdadeiramente inclusivo.

“Superar essas concepções errôneas é essencial para que esses alunos também recebam o suporte adequado. Além disso, é importante criar uma cultura escolar inclusiva, em que a diversidade seja respeitada e celebrada”, afirma a coordenadora.

A falta de compreensão sobre as potencialidades desses alunos pode levar à manutenção de práticas pedagógicas padronizadas e inflexíveis, prejudicando a eficácia de estratégias diferenciadas. Por isso, a escola adota um programa estruturado de formação para professores. Além disso, a comunidade escolar é constantemente envolvida, com reuniões periódicas e ações de conscientização.

Bruna destaca um estudante com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que enfrentava dificuldades com a gestão do tempo e a organização espacial. Ao adotar uma série de estratégias de organização, como o uso de agendas visuais e aplicativos de lembretes, além de dividir tarefas complexas em etapas menores, ele conseguiu melhorar seu desempenho acadêmico. “Ele também se destacou em atividades extracurriculares, como robótica, onde utilizou suas habilidades criativas e analíticas para resolver problemas desafiadores. Esse exemplo mostra a importância de um atendimento personalizado e de uma abordagem inclusiva”, diz.

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