Brasil
Seu bebê ainda não se tornou um executivo: acelerar as coisas só atrapalha
Cada criança tem uma identidade e um ritmo; projetar nos filhos nossa própria ansiedade causa problemas no desenvolvimento
Por Natalia Avanci Fontenele*
“Nessa idade eu ainda brincava de carrinho”. Ou de boneca, pião, amarelinha… Quantas vezes a gente já ouviu essa frase vinda de adultos de boca aberta e olhos arregalados ao observar crianças pequenas jogando videogame, repetindo palavras em inglês ou fazendo dancinhas em rede social.
É natural que haja uma mudança de comportamento de geração para geração. Mas até que ponto esse desenvolvimento mais rápido de nossos filhos apenas acompanha a evolução do mundo e da tecnologia? E quando passa a ser um reflexo de nossa própria ansiedade ao superestimulá-los na tentativa de prepará-los para o ambiente competitivo que os espera?
Que fique claro que não há nada de errado em estimular as crianças na medida certa. Desde bebês, elas são curiosas e tendem a se envolver de forma natural e espontânea com situações que resultam em seu desenvolvimento como um todo. Erguer a cabeça, rolar para o lado, jogar um objeto no chão e manusear os alimentos pela primeira vez, fazendo aquela sujeira toda, são adoráveis descobertas para comemorar e anotar na “listinha de conquistas”.
Mas exagerar no estímulo, trazendo para o berço o ambiente de hiperinformação que tanto nos sufoca como adultos, causa desordem. O excesso de luzes, movimentos, sinais sonoros e até mesmo o uso de smartphones e tablets pode gerar comportamento agitado, dificuldade de concentração e de aprendizagem, causados pela hiperestimulação.
Então que tal deixar o bebê ser bebê, a criança ser criança? Esse tempo não tem volta. Deixe que os desafios surjam como um convite para o aprendizado, experiências naturais e valiosas para somar ao desenvolvimento do bebê. Para você que escolheu não criar um executivo de fraldas, reuni abaixo quatro dicas que podem ajudar.
- Colabore com o aprendizado sem pressão
O que parece simples para nós é complexo para uma criança. Então crie um ambiente em que a criança possa conhecer as coisas ao seu redor e entender como funcionam. Jogos de montar, brinquedos com texturas, massas de modelar, quebra-cabeças e leitura contribuem com a jornada de desenvolvimento do bebê. Esteja sempre atento às perguntas – elas são o gatilho da curiosidade. Responda todas com paciência e com uma linguagem adequada para a idade.
- Corpo como conhecimento
Nossa capacidade cognitiva tem sua base neurológica no cérebro e envolve habilidades físicas e mentais que permitem à criança o conhecer as próprias emoções e capacidades motoras, além do mundo ao seu redor, pessoas e objetos.
Pensando nisso, o esporte pode ser uma alternativa eficiente. No esporte a criança ganha com o desenvolvimento motor e, consequentemente, o cognitivo já que a prática de esporte exige concentração e habilidades de relacionamento nos jogos em equipe. E, de quebra, a prática esportiva também libera endorfinas, que colaboram com a sensação de bem-estar.
- Estimule habilidades
A criança é uma espécie de esponja. Ela absorve quase tudo ao seu redor. Um hd externo, prontinho para receber informação. Comunicação, empatia, inteligência emocional, concentração, criatividade e organização, são pontos que devem ser moldados no convívio com familiares e amigos. É um progresso natural e gradual. Então respeite o tempo da criança e colabore por meio do exemplo.
- Passeie ao ar livre
A criança precisa de contato com a natureza e desenvolver desde cedo o respeito pelo meio ambiente. Isso colabora com a imunidade e a saúde da criança como um todo. Colocar crianças em uma bolha não ajuda em nada.
*Natalia Avanci Fontenele é médica pediatra e mãe do Enrico. Atualmente atende na Multivitta em Vinhedo.
Brasil
Inscrições para o Prouni 2025 terminam nesta terça-feira, 28
Inscrição é gratuita e deve ser feita exclusivamente pela página do Prouni, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior
O prazo para inscrição no Programa Universidade Para Todos (Prouni) 2025 termina nesta terça-feira, 28. O Prouni oferece bolsas integrais (100%) ou parciais (50%) sobre o valor da mensalidade de cursos em instituições privadas de educação superior.
Nesta edição, o programa oferece 338.444 bolsas em 403 cursos de 1.031 instituições privadas por todo o país. Dessas bolsas, 203.539 são integrais e 134.905, parciais. Os cursos com mais ofertas de bolsas são Administração (27.101); Pedagogia (22.947); Direito (22.746); Ciências Contábeis (14.800); e Educação Física (13.639).
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A inscrição é gratuita e deve ser feita exclusivamente pela página do Prouni, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Confira o passo a passo:
- acessar o site prounialuno.mec.gov.br e fazer login com o perfil Gov.br.
- preencher os dados do candidato, o perfil socioeconômico e o grupo familiar.
- selecionar a primeira e a segunda opção de cursos pretendidos. Para isso, é possível filtrar as vagas por curso, instituição e município.
- clicar em “Ficha de Inscrição” e conferir todas as informações.
Documentos
O Prouni contará com duas chamadas e, em cada uma delas, os candidatos pré-selecionados terão um prazo para comparecer à instituição de ensino e apresentar os documentos que comprovem as informações prestadas na ficha de inscrição. Para certificar-se da veracidade das informações, a instituição pode pedir ao estudante outros documentos que julgar necessários.
É preciso apresentar documento de identificação do candidato e dos membros do grupo familiar, bem como os comprovantes de residência; de ensino médio; de rendimentos; de professor da educação básica, quando for o caso; de separação, divórcio ou óbito dos pais; de deficiência, quando for o caso.
Os candidatos precisam atender a pelo menos uma das seguintes condições:
- ter feito o ensino médio integralmente em escola da rede pública;
- ter feito o ensino médio integralmente em instituição privada na condição de bolsista integral da respectiva instituição;
- ter feito o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada na condição de bolsista integral da respectiva instituição;
- ter feito o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada na condição de bolsista parcial da respectiva instituição;
- ter feito o ensino médio integralmente em instituição privada na condição de bolsista parcial da respectiva instituição ou sem a condição de bolsista;
- ser uma pessoa com deficiência na forma prevista na legislação;
- ser professor da rede pública de ensino, exclusivamente para concorrer aos cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica. Neste último caso, não é aplicado o limite de renda exigido aos demais candidatos.
Cronograma
O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 4 de fevereiro e a segunda chamada, no dia 28 de fevereiro, na página do programa. Para se inscrever, é necessário que o estudante tenha o ensino médio completo, tenha participado de edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 e/ou de 2023 e obtido, no mínimo, 450 pontos na média das cinco provas do exame, além de não ter zerado a prova da redação. Não é permitida a inscrição para quem declarou ter participado do Enem 2024 na condição de treineiro (antes de concluir o ensino médio). O período para comprovação das informações é 17 de março.
Lista de espera
Para participar da lista de espera do Prouni, o candidato deverá manifestar seu interesse por meio do Portal Único de Acesso nos dias 26 e 27 de março de 2025. A lista de espera estará disponível na página do Prouni, também no Portal Único de Acesso, para consulta pelas instituições de ensino superior e pelos candidatos no dia 1º de abril.
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Brasil
Diagnóstico da obesidade deve ter novos parâmetros a partir de 2025
Conforme especialistas vêm defendendo há muitos anos, incluindo cirurgiões da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) o Índice de Massa Corporal (IMC) não será mais o único parâmetro utilizado para a definição de obesidade
Acabou de ser publicado o resultado do trabalho de uma comissão formada por 58 especialistas de todo o mundo que atuam no tratamento da obesidade, incluindo dois pacientes. Entre os integrantes da comissão está o ex-presidente da SBCBM e atual presidente da Federação Internacional de Cirurgia para a Obesidade (IFSO), Ricardo Cohen.
Com o apoio da revista científica The Lancet, foram propostas novas diretrizes para diagnosticar a obesidade, reconhecendo-a como uma doença crônica e contínua, e não apenas como um fator de risco para outras doenças relacionadas ao excesso de gordura, como diabetes e hipertensão. Os especialistas chegaram a 18 sinais e sintomas capazes de indicar quando a obesidade é doença em adultos — e outros 13 em crianças e adolescentes.
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A publicação da Lancet Diabetes & Endocrinology Commission distingue também obesidade clínica da obesidade pré-clínica, conforme a presença ou ausência de manifestações clínicas objetivas de disfunção orgânica. O diagnóstico clínico requer um ou ambos os seguintes critérios principais: evidência de função reduzida de órgãos ou tecidos devido à obesidade (ou seja, sinais, sintomas ou testes diagnósticos mostrando anormalidades na função de um ou mais sistemas de tecidos ou órgãos); ou limitações substanciais, ajustadas por idade, nas atividades diárias, refletindo o efeito específico da obesidade na mobilidade, em outras atividades básicas da vida diária (por exemplo, banho, vestimenta, higiene, continência e alimentação), ou ambos.
O grupo utilizou o método Delphi para alcançar consenso sobre critérios diagnósticos, enfatizando a necessidade de confirmar o excesso de gordura além do IMC e considerando limitações nas atividades diárias.
O documento traz recomendações para clínicos e formuladores de políticas públicas, focando na prevenção e tratamento baseado em evidências.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Juliano Canavarros, a redefinição proposta é um divisor de águas na compreensão e no manejo da obesidade, já que diferenciando obesidade pré-clínica e obesidade clínica, os novos critérios reconhecem que o excesso de adiposidade pode se manifestar de formas distintas, ora como um fator de risco, ora como uma condição de doença estabelecida.
“A Obesidade Pré-Clínica define o excesso de gordura corporal sem evidências de disfunção orgânica, mas com risco aumentado de progressão para doenças crônicas. Já a Obesidade Clínica caracteriza-a como uma doença sistêmica crônica, com disfunções funcionais em órgãos e tecidos, incluindo alterações metabólicas, cardiovasculares e estruturais”, afirma Canavarros.
Para ele, os novos critérios de avaliação têm vantagens como, a inclusão de métodos como circunferência abdominal, razão cintura-quadril e medidas diretas de adiposidade, como o DEXA, que permitem uma avaliação mais fidedigna do impacto da obesidade na saúde.
“Essa abordagem evita tanto o subdiagnóstico (em pessoas com IMC normal e alta adiposidade) quanto o sobrediagnóstico (em atletas com alta massa muscular). Também reconhece a obesidade clínica como uma doença baseada em alterações funcionais objetivas baseada em evidências e não apenas no peso, promovendo um cuidado mais centrado no indivíduo e alinhado com os princípios da medicina personalizada, para reverter disfunções e melhorar a qualidade de vida. Já na Obesidade Pré-Clínica permite a implementação de estratégias de monitoramento, aconselhamento e intervenções preventivas para evitar a progressão da doença”, destaca Canavarros.
Políticas públicas baseadas em evidências
Outro benefício da nova definição é que ela combate a ideia de que a obesidade é apenas uma falha de comportamento ou estilo de vida, reconhecendo-a como uma doença multifatorial e sistêmica, promove-se um cuidado mais humanizado, com redução do estigma associado à condição.
“Esses avanços representam uma oportunidade para transformarmos a forma como abordamos a obesidade em nossos sistemas de saúde. Na SBCBM, acreditamos que a integração desses novos critérios fortalecerá ainda mais as abordagens multidisciplinares que sustentam a cirurgia bariátrica e metabólica e estamos comprometidos em liderar esforços para disseminar essas diretrizes no Brasil, colaborando com médicos, gestores de saúde e pacientes para promover mudanças significativas em nosso sistema de saúde, completa Canavarros afirmando que a SBCBM apoia esses avanços e reafirma seu compromisso com a excelência no cuidado de pessoas que vivem com obesidade.
Confira os 18 sinais da obesidade clínica em adultos:
- Dores de cabeça recorrentes e perda de visão. Às vezes, têm a ver com a pressão intracraniana aumentada.
- Apneia do sono. Quando você se deita e dorme, a gordura em excesso no abdômen e na garganta faz o ar ter encontrar resistência para passar. A respiração sofre breves (e ruidosas) interrupções.
- Falta de ar. Ela mostra que os pulmões e o músculo da respiração, que é o diafragma, têm dificuldade para se expandir.
- Insuficiência cardíaca de fração reduzida: o coração não se contrai direito para bombear o sangue.
- Fadiga e inchaço nas pernas. Esses sintomas podem indicar outro tipo de insuficiência cardíaca, a de fração preservada. Nela, o coração não relaxa direito. O bombeamento do sangue também fica prejudicado.
- Palpitações e ritmo cardíaco irregular. São sinais de arritmias.
- Hipertensão pulmonar: quando sobe demais a pressão da artéria que leva o sangue do coração até os pulmões para ser oxigenado.
- Trombose venosa: quando surgem coágulos nas veias das peras.
- Hipertensão. Isto é, pressão sanguínea acima dos valores saudáveis.
- Alterações metabólicas: quando o exame de sangue acusa
- Aumento do colesterol LDL ou dos triglicérides ou, ainda, dos níveis de glicose, por exemplo.
- Doença hepática gordurosa: quando exames de imagem
encontram gordura infiltrada no fígado, o que é capaz de inflamá-lo.
- Excesso da proteína albumina na urina: este é um dos sintomas de rins que não estão funcionando a contento.
- Escapes de xixi: se os episódios de incontinência urinária se tornam frequentes.
- Menstruação irregular, falta de ovulação e síndrome dos ovários policísticos: são sinais de problemas reprodutivos em mulheres.
- Deficiência de testosterona nos homens e baixa produção de espermatozoides: indicam problemas reprodutivos no público masculino.
- Dores nos joelhos e/ou na bacia. Elas acusam problemas articulares.
- Linfedema. Ele causa inchaços e dores crônicas.
- Limitações em atividades básicas do dia a dia: se a falta de mobilidade dificulta tarefas como tomar banho, vestir-se e outras.
Nas crianças e nos adolescentes, vale lembrar, são 13 critérios, muitos deles em comum com a lista dos adultos.
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Brasil
Morre aos 92 anos Léo Batista, a voz marcante do jornalismo brasileiro
Seu Léo estava internado no Rio de Janeiro em função de um tumor no pâncreas
Morreu neste domingo, 19, aos 92 anos, Léo Batista, um dos maiores jornalistas da história do Brasil. O âncora e repórter, que esbanjou simpatia ao longo de quase um século de vida, se identificou mais com a imprensa esportiva ao longo da carreira, mas soube marcar espaço em muitas outras coberturas. Além de fazer parte da bancada do Jornal Nacional, passou 40 anos cobrindo o Carnaval do Rio de Janeiro no rádio e na televisão. Ele faleceu no Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em função de um tumor no pâncreas.
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O jornalista deu entrada no hospital no dia 06 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Exames detectaram o tumor, que exigira internação na UTI da unidade ao longo dos últimos dias, mas ele não resistiu.
Seu Léo, como sempre foi carinhosamente chamado, dedicou cerca de 77 anos ao jornalismo, tendo sido 54 deles só na TV Globo, tornando-se inspiração para várias gerações de profissionais que aprenderam com ele, tendo contato direto, ou apenas sendo espectador de sua “voz marcante”.
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